Juiz acusado de favorecer traficantes em Minas Gerais nega crimes e pede prisão domiciliar

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O juiz Amaury de Lima e Souza foi ouvido nesta quarta-feira no Palácio da Justiça, no Centro de Belo Horizonte

O juiz Amaury de Lima e Souza, réu no processo que investiga uma quadrilha de tráfico internacional de drogas que atuava em Minas, Rio de Janeiro e São Paulo, negou qualquer envolvimento com a organização criminosa. O magistrado foi ouvido nesta quarta-feira no Palácio da Justiça, no Centro de Belo Horizonte. A defesa do acusado vai entrar com um pedido de prisão domiciliar, pois Souza alegou que a cela onde está preso é pequena e a comida ruim.

O interrogatório começou por volta das 9h e foi conduzido pelo desembargador Antônio Carlos Cruvinal. A sessão foi aberta ao público, que acompanhou toda a oitiva do juiz. Ele é acusado pelo envolvimento nos crimes de organização criminosa, colaboração com associação para o tráfico de drogas, posse irregular de arma de fogo de uso permitido, conexão com outras organizações criminosas independentes, corrupção passiva, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

Ao ser questionado, Amaury Souza negou todas as acusações. Segundo ele, a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) não menciona datas, locais e valores, nem detalha como os fatos ocorreram. Sobre o armamento e munição encontrados na casa dele quando acabou preso por porte ilegal de armas, o magistrado informou que é colecionador e que todas as armas são legalizadas pelo exército, com exceção de uma delas.

O juiz também negou sua ligação com outros denunciados no processo. Nas investigações da Polícia Federal (PF), várias sentenças assinadas pelo magistrado em favor de traficantes foram encontradas. Entre elas, a transferência de um preso para regime domiciliar. O réu afirmou que seria o certo a se fazer naquele momento.

Desde que foi afastado da Vara de Execuções Criminais de Juiz de Fora, o magistrado está preso em um batalhão da Polícia Militar. Durante a audiência, ele reclamou do tamanho da cela e da refeição servida no local. Por isso, pediu a transferência para prisão domiciliar. Requereu, ainda, a devolução do material apreendido que não foi objeto da denúncia. A defesa foi orientada pelo desembargador Antônio Carlos Cruvinal a formalizar os pedidos que devem ser analisados posteriormente.

(Estado de Minas)

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