Ex-prefeito de Paracatu é acusado de mandar matar funcionário de cooperativa de leite

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Vítima foi assassinada após denunciar fraude milionária que envolvia políticos na região.

[image src=”https://aconteceunovale.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/12/ex_prefeito_paracatu.jpg” width=”315″ height=”440″ lightbox=”yes” align=”left” float=”left”]A Polícia Civil (PC) apresentou, nesta segunda-feira (15), a conclusão do inquérito sobre um homicídio ocorrido há 19 anos, em Paracatu, na região Noroeste do Estado. A morte de Eustáquio Porto Botelho teria sido uma queima de arquivo. A vítima era funcionário da Cooperativa Agropecuária Vale do Paracatu (Coopervap) e denunciou um milionário esquema de fraude da cooperativa. O suspeito de ser o mandante do crime é Antônio Arquimedes Borges de Oliveira (foto), ex-prefeito de Paracatu e um dos associados da cooperativa.

Segundo o delegado Alex Machado, um dos responsáveis pelas investigações, a fraude consistia na adulteração do leite produzido pela cooperativa. Conforme Machado, era acrescentado um grande volume de água ao leite. O produto era vendido para uma empresa localizada em Brasília, também suspeita de estar envolvida no esquema, mas que já não existe mais.

“O pagamento, porém, não era feito diretamente à cooperativa. O dinheiro era aplicado durante 15 dias e o rendimento desse valor era subtraído do montante. Os envolvidos na fraude devolvia para a cooperativa o dinheiro sem a capitalização”. A PC fez uma estimativa de quanto a cooperativa rende atualmente e chegou ao montante de R$ 200 milhões por ano. “Na época, também era um valor milionário”, garante Machado.

Antônio Arquimedes disse à reportagem que nunca esteve envolvido com esse crime. “Essa é a maior calúnia feita por uma autoridade (Polícia Civil). Vamos recorrer à Corregedoria (da Polícia Civil) contra o delegado que fez essas acusações”, afirmou Antônio.

Antônio Arquimedes também foi candidato a deputado federal nas eleições de 2014, mas perdeu a eleição.

O crime

O assassinato de Botelho ocorreu em 1995. Na época, a Botelho escreveu uma carta direcionada aos diretores da Coopervap, na qual denunciava a fraude. A vítima ainda escreveu outra carta para a família. “Essa carta dizia que se algo acontecesse com ele era devido à denúncia”, contou o delegado.

Botelho foi encontrado morto no matagal de uma chácara, localizada a cerca de dois quilômetros de Paracatu. A perícia da Polícia Civil constatou três perfurações na cabeça da vítima decorrentes de tiros. “Os executores tentaram simular um suicídio, o que foi facilmente descartado. Isso porque os assassinos deixaram a arma do crime na mão esquerda da vítima, mas ele é destro. Além disso, não seria possível que ele desse três tiros na própria cabeça”, explicou o delegado.

Testemunhas disseram na época que três pessoas deixaram o corpo de Botelho no matagal. Esses três suspeitos seriam um homem conhecido como “Moisés do São Domingos” ou “Jagunço”, Eurípedes Gomes dos Santos e João Luiz Santana Simão. Moisés e João Luiz já faleceram.

A Polícia Civil pediu à Justiça o mandado de prisão de Eurípedes e Antônio Arquimedes. Porém, segundo a corporação, a Justiça ainda não decretou o pedido de prisão.

Defesa

Para o advogado do ex-prefeito, Cézar Alberto Bittencourt, as acusações são por causa de uma perseguição política e foram feitas em meio as eleições de 2014 para prejudicar a candidatura de seu cliente. “Tudo isso é uma mentira, não há prova nenhuma contra o Arquimedes. Na folha 13 deste inquérito, a vítima detalha nomes de outras pessoas e o nome do meu cliente não aparece em momento nenhum. Ele não teve mandado de prisão expedido e essas acusações são caluniosas”, disse.

(Fonte: Polícia Civil de Minas Gerais, Hoje em Dia e O Tempo)

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