Proteína encontrada na saliva de carrapato pode curar o câncer

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A cura do câncer pode estar em uma proteína encontrada na saliva do carrapato. É o que indica uma pesquisa do Instituto Butantã, patenteada pela União Química Farmacêutica Nacional. O diretor médico da empresa, Miguel Giudicissi Filho, explicou que a substância, chamada adlyomin, interrompe a divisão das células cancerígenas, impedindo que o tumor aumente.

“Essa proteína foi testada em camundongos com tumores no pâncreas, melanomas, que é o câncer da pele, e em células cancerígenas renais. E eles foram curados após receber a dose”, afirmou.

A novidade pode ser um alento, principalmente para pacientes diagnosticados com câncer no pâncreas. “Não há tratamento para esse tipo de câncer. Por isso, caso a pesquisa confirme, pode significar a cura”, disse.

A proteína foi encontrada no carrapato da espécie Amblyomma cajennense, conhecido popularmente como carrapato-estrela.

Instituto Butantã desenvolveu um antitumoral proveniente da saliva do carrapato – Foto: A2 Fotografia

Eficaz em animais

O estudo durou oito anos. Agora finalizado, os coordenadores querem autorização para testar o remédio em pessoas. O diretor médico da União Química Farmacêutica Nacional afirmou que entre novembro e dezembro a equipe vai protocolar na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um pedido para autorização dos testes clínicos.

“Nos animais, a substância se mostrou eficaz e sem toxicidade. Esperamos os mesmos resultados nos humanos”, disse Filho.

A proteína encontrada na saliva do carrapato é estudada em laboratório por meio de processos biorreatores. Se a comercialização for autorizada, ela será fabricada em Minas, na filial da empresa, que fica em Pouso Alegre, no Sul do Estado.

Menos invasivo

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está desenvolvendo pesquisas em favor de tratamentos menos agressivos para pacientes com câncer.

Um deles consiste em terapias que agem nos vasos sanguíneos próximos ao tumor. “São remédios que atacam esses vasos pois, sem irrigação sanguínea para nutrir e oxigenar o tumor, ele não tem como sobreviver”, explicou o coordenador do Setor de Oncologia do Hospital das Clínicas, André Márcio Murad.

Outro estudo, segundo ele, se refere ao tratamento de pacientes com câncer no estômago. A UFMG é uma das representantes brasileiras na pesquisa, que conta com centros de saúde de vários países.

Foi descoberto um anticorpo denominado Rilotumumab, que inibe uma proteína responsável pelo crescimento das células tumorais no estômago. “Ele mata as células doentes, mas sem atacar as normais”, destacou Murad.

O médico afirmou que existem 20 novas moléculas a serem estudadas pela Universidade nos próximos dois anos. “A ideia é desenvolver um tratamento menos invasivo e mais eficiente”, disse. As informações são do Jornal Hoje em Dia.

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