Foram dois anos de pesquisa e busca de certificações para preparar a fruta que sairá do Jaíba
Yes, nós temos bananas, mas exportamos somente cerca de 1%. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), de janeiro a setembro foram exportadas 66,5 mil toneladas, dentro de um universo de produção de aproximadamente 5,4 milhões de toneladas no mesmo período, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Embarque de banana, feito experimentalmente no início desse mês, é o primeiro do produto da região Norte de Minas Gerais, que promete exportar ainda mais – Foto: Lincon Zarbietti/O Tempo
A partir do dia 3 de novembro, esse cenário pode mudar. Nesta data, vai chegar a Portugal o primeiro contêiner de banana-prata de Minas Gerais, direto do Jaíba, Norte de Minas. Embora se saiba que alguns Estados já tentaram vender essa modalidade, não há registros oficiais da exportação desse tipo de banana no Brasil.
O embarque, feito no dia 15 de outubro, faz parte de um projeto desenvolvido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) com apoio do Sebrae-MG. O objetivo é abrir as portas para a exportação da fruta mineira.
O analista ambiental do Instituto Antônio Ernesto de Salvo (Inaes/Faemg), Pierre Vilela, explica que as pesquisas começaram há dois anos para encontrar o ponto de colheita e a técnica ideal de resfriamento, para que a fruta chegasse em boas condições de consumo na Europa. “Não exportamos banana-prata no momento. Temos notícias de algumas tentativas no Ceará, mas ainda não há escala”, afirma.
Segundo Vilela, o primeiro embarque mineiro também está no campo da tentativa. “Precisamos saber se o paladar do consumidor europeu vai ser compatível com uma fruta considerada exótica. Ou seja, primeiro respondemos às dúvidas técnicas, desenvolvendo o resfriamento para conservar a fruta por até 25 dias no navio. A viabilidade econômica, a precificação serão outras etapas.”
O contêiner, com 5,7 toneladas de banana-prata, saiu do Jaíba e foi para a Europa pelo porto de Salvador, na Bahia. “A região já é conhecida por exportar manga e limão. Agora, abre-se o leque para os compradores que também terão a opção de comprar banana”, considera o analista da unidade de agronegócio do Sebrae, Cláudio Wagner.
(O Tempo)