Anfitrião da Olimpíada do Conhecimento de 2014, o estado de Minas Gerais foi o que ganhou o maior número de medalhas na competição – 46, entre ouro, prata e bronze. Os jovens foram premiados de acordo com o desempenho em provas que ocorreram até sábado (6). Os competidores, todos estudantes ou formados em cursos técnicos, tiveram que desenvolver atividades do dia a dia de suas profissões.
A premiação ocorreu nesse domingo (7) à noite. “A gente tinha grande expectativa e ela está sendo alcançada. Minas Gerais está em quase todas as categorias no pódio. Agora é preparar os meninos para o Mundial”, disse a chefe de equipe do estado, Gislene Vasconcelos.
Minas é seguido pela delegação paulista, com 36 medalhas, Santa Catarina, com 18, Alagoas, com 13, e o Paraná, com 11. Os demais estados e o Distrito Federal receberam menos de dez medalhas. A lista completa com os ganhadores está no site da Olimpíada. São Paulo tem o maior número de medalhas de ouro, 21. Minas aparece em segundo lugar, com 17.
(competidores comemoram medalha – Foto: Divulgação/Olimpíada do Conhecimento)
Além de ser ouro na modalidade robótica móvel, a dupla de São Paulo, Guilherme Vale dos Santos e Lucas de Sousa Rodrigues, foi a que obteve a melhor média entre os mais de 700 participantes da competição. Foram também os campeões estaduais. Carregando, cada um, um troféu para casa e duas medalhas, eles estavam incrédulos.
“É muita emoção. Ganhar medalha de ouro, melhor do estado, melhor da competição, é muito bom. Esperávamos ganhar uma medalha, na categoria, mas três!”, diz, ainda ofegante, Rodrigues. Ele conta que a prova “estava muito difícil e poucos estados conseguiram concluí-la. Fomos uma das poucas duplas que conseguiram”.
“O desempenho deles foi muito bom, esperava medalha, mas não esperava tantas”, diz o chefe da equipe de São Paulo, Thiago Barbosa. “Esses garotos estão tão bem preparados que na hora de fazer um teste para entrar em uma empresa, dificilmente algum profissional consegue vencê-los, pela habilidade que ganharam no treinamento”, alega, referindo-se a toda a equipe.
O momento foi de grande emoção para competidores, treinadores e chefes de equipe de toda as delegações. Não faltavam gritos de guerra e bandeiras dos estados na plateia. Maurício Duarte foi o ganhador da única medalha de ouro do Amazonas, na modalidade vitrinismo. Estava entre os mais emocionados. Mal conseguiu chegar ao palco, parou e ajoelhou-se em prantos antes de alcançar o pódio. “Quando finalizei o projeto, parei, olhei a minha vitrine e vi que ela estava linda, disse para mim mesmo que, independentemente de ganhar, a medalha já era minha”, conta.
Os mais bem colocados concorrerão a vagas na etapa mundial, a WorldSkills Competition, que, em 2015, será em São Paulo. Eles terão de passar por provas e atingir o índice técnico exigido em sua modalidade. No Mundial, 1,2 mil competidores de 60 países vão disputar medalhas em 49 ocupações do setor industrial e de serviços.
O diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Rafael Lucchesi, destaca a importância da educação profissional para o país. “Queremos que a educação profissional seja a agenda de afirmação para a juventude. Não queremos a geração onde mais de 5 milhões de jovens brasileiros não estudam e nem trabalham”, diz. E acrescenta: “A juventude brasileira, quando lhe dão oportunidade, vai agarrá-la com talento, perseverança e equidade. A excelência é apenas uma consequência disso”.
A Olimpíada do Conhecimento é a maior competição de educação profissional das Américas e é realizada de dois em dois anos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Neste ano, ocorreu em Belo Horizonte. Mais de 800 jovens participaram da Olimpíada e de competições paralelas. Mais de 300 mil pessoas visitaram o espaço.
(Agência Brasil)