Cerca de metade dos pintinhos coloridos apreendidos no Vale do Aço morreram após dois dias

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Animais estão sob os cuidados do Centro de Biodiversidade da Usipa. Pintinhos coloridos vivos estão sendo medicados pela equipe do zoológico.

Após a prisão na sexta-feira (23), de dois suspeitos de comercializar os pintinhos coloridos na região do Vale do Aço, o Centro de Biodiversidade da Usipa (CEBUS), em Ipatinga, recebeu as aves que foram apreendidas, para cuidados.

De acordo com informações do Centro, até o fim da tarde dessa segunda-feira (25), dos 678 pintinhos que chegaram para ser cuidados, pelo menos 50% das aves morreram por intoxicação.

O médico veterinário do Cebus, Lélio Costa e Silva, disse que os animais foram vítimas de maus-tratos e já chegaram debilitados para os cuidados da equipe do zoológico da Usipa. “Nossa tarefa aqui no zoológico é reforçar a defesa do organismo dos pintinhos com medicações antitóxicas, em sua maioria, paliativas. É triste demais receber casos assim, animais vítimas da crueldade humana”, disse.

Metades dos pintinhos apreendidos morreram até segunda-feira (25) (Foto: Patrícia Belo / G1)

Lélio explica que a anilina é um corante tóxico, que provoca nos pintinhos uma desordem caracterizada pela presença de um nível mais alto do que o normal de meta-hemoglobina no sangue. “A meta-hemoglobina é uma forma de hemoglobina que não se liga ao oxigênio. Em concentração elevada pode causar a anemia funcional e o baixo teor de oxigênio nos tecidos orgânicos, e assim, as aves agonizam e morrem aos poucos”, relata.

O veterinário afirma ainda que o estresse gerado nos filhotes durante processo de coloração, além do transporte indevido, também agrava a saúde dos animais. “Esses bichos já ficam estressados devido a todo o processo que eles foram submetidos, portanto não há nada que possa fazer em relação a retirada da pigmentação, não podemos lavar as aves, porque eles tem a imunidade muito baixa”, conta.

Cuidados

As aves que sobreviveram foram acomodadas num recinto do zoológico da Usipa e recebem os cuidados na esperança de que vivam mais um tempo. O local recebeu aquecimento artificial com lâmpadas e a alimentação foi reforçada. “O intuito é que eles comam bastante e bebam muita água, a fim de reforçar o metabolismo, criando resistência”, explica Lélio.

À alimentação dos pintinhos, foram acrescentadas medicações antitóxicas, ricas em vitaminas, principalmente as do complexo B. “Infelizmente é isso que podemos fazer por eles, além de torcer muito para que eles fiquem bem”. O destino das aves que sobreviverem ficará sob decisão do Ministério Público.

(Inter TV dos Vales)

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