Espionar o parceiro nas redes sociais pode virar compulsão

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Que atire a primeira pedra quem nunca se valeu da internet para espiar os passos do parceiro. Pelo menos no Brasil, a prática é bastante comum, como mostra um estudo realizado pela AVG Technologies (empresa fabricante de softwares de segurança para computadores e dispositivos móveis). As pesquisas atestaram que 66% das pessoas assumiram já ter consultado, pelo menos uma vez, o histórico de acesso dos cônjuges.

Para especialistas, essa é uma prova de que, quando se trata de internet, muita gente ainda não aprendeu os limites do que é público e privado. “Com a tecnologia, o que antes era considerado vida particular se tornou acessível a outras pessoas. Ao mesmo tempo que os internautas querem a intimidade preservada, expõem-se demais nas redes sociais ou deixam pistas no computador”, observa Sylvia Flores, psicóloga e professora no Centro Universitário Newton Paiva. De certa forma, afirma ela, é como se o usuário desse permissão para ser vigiado.

Mesmo que o comportamento seja mal visto, há quem reconheça não conseguir conter os impulsos. A arquiteta Luisa Guimarães, de 29 anos, por exemplo, considera-se especialista em espionar a vida alheia. Já vistoriou e-mails e rede social de um ex-namorado e, agora, está de olho no Facebook de André, com quem se relaciona há mais de dois anos.

Ciumenta assumida, chegou a marcar a conta do rapaz na rede social como “melhor amigo”, só porque o recurso lhe permitia saber as fotos que ele curtia, comentava ou até mesmo as novas amizades virtuais que fazia.

“Uma vez, bisbilhotei o e-mail de um namorado e descobri que ele trocava mensagens com outras meninas”, lembra. A briga foi feia. E não foi a única em que ela se meteu por causa da internet.

Atualmente, Luisa garante estar mais contida. Com uma terapia iniciada há dois meses, percebeu que o vício de espreitar os parceiros pela internet é alimentado pela insegurança em si mesma. “Não tenho orgulho da forma como agi”.

Psicóloga clínica e professora da PUC Minas, Heloisa Cançado Lasmar acredita que atos como esse eram mais facilmente reprimidos no passado. Com a internet, porém, transformam-se, rapidamente, em compulsão. “O que está em jogo é a possibilidade de controlar. Mas a espiada que dou no Facebook agora não me garante que, nos próximos cinco minutos, nada tenha mudado”.

Fonte de conflitos

Graziela Veloso, de 26 anos, também faz parte do grupo de pessoas que já investigaram os passos virtuais do companheiro. Após se casar, em 2011, passou a compartilhar o mesmo computador com Emerson e, vez ou outra, confessa, monitorava as conversas do marido. “Com o consentimento dele”, ressalta.

No entanto, o comportamento deixou de ser saudável, durante um período em que estavam separados. Nessa época, ela percebeu que a senha do Facebook dele estava salva no celular por causa de outro aplicativo. Silenciosamente, passou a vigiar os lugares para onde Emerson saía, bem como as pessoas com quem andava. No entanto, não podia sequer reclamar para não ser descoberta.

Hoje, as intrigas foram superadas. Junto novamente, e com um bebê de 1 mês, o casal optou por dividir o mesmo perfil no Facebook. “Ele propôs e eu topei. Não queremos fazer da rede social um novo motivo para briga”.

Controle dos filhos

Segundo a pesquisa da AVG Technologies, a preocupação dos brasileiros com a vida online do companheiro é maior que o interesse dos pais em verificar o histórico de acessos dos próprios filhos. Apenas 44% das pessoas admitiram ter feito alguma vistoria para descobrir o que crianças e adolescentes fazem na rede.

Isso não quer dizer que o uso da internet não passa por nenhum tipo de controle. Pelos estudos, 95% dos pais disseram já ter conversado com os filhos sobre como se comportar no mundo online.

O principal assunto, citado por 47% dos entrevistados, é o tempo de permanência diante do computador. Outro tema abordado por 45% dos pais é o uso da internet apenas quando a criança estiver sob a supervisão de um adulto. Além disso, 43% das pessoas já recomendaram que os filhos só visitem os sites que foram previamente definidos entre eles.

Segundo a pesquisa da AVG Technologies, a preocupação dos brasileiros com a vida online do companheiro é maior que o interesse dos pais em verificar o histórico de acessos dos próprios filhos. Apenas 44% das pessoas admitiram ter feito alguma vistoria para descobrir o que crianças e adolescentes fazem na rede.

Isso não quer dizer que o uso da internet não passa por nenhum tipo de controle. Pelos estudos, 95% dos pais disseram já ter conversado com os filhos sobre como se comportar no mundo online.

O principal assunto, citado por 47% dos entrevistados, é o tempo de permanência diante do computador. Outro tema abordado por 45% dos pais é o uso da internet apenas quando a criança estiver sob a supervisão de um adulto. Além disso, 43% das pessoas já recomendaram que os filhos só visitem os sites que foram previamente definidos entre eles.

O mesmo questionário feito no Brasil também foi aplicado na Austrália, Canadá, França, República Tcheca, Alemanha, Nova Zelândia, Reino Unidos e Estados Unidos. O mesmo questionário feito no Brasil também foi aplicado na Austrália, Canadá, França, República Tcheca, Alemanha, Nova Zelândia, Reino Unidos e Estados Unidos.

(Hoje em Dia)

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