As obras de duplicação da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, iniciadas em maio, começam a ganhar forma e alimentam a esperança dos moradores das cidades próximas à rodovia. Em pouco mais de um mês dois túneis foram iniciados, próximo a Antônio Dias, no Vale do Aço, e em vários trechos entre Caeté e o trevo de Barão de Cocais máquinas e caminhões trabalham escavando terrenos e recolhendo a terra.
A obra que mais chama a atenção de quem percorre a 381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares é a construção de dois túneis. Um deles terá 409 metros de extensão e o outro, 432 metros. A previsão é de que sejam concluídos em um ano e meio e o valor total do contrato é de R$ 56,95 milhões. A duplicação dos oito lotes da rodovia já licitados envolverá 1.220 máquinas e equipamentos, 29.120 toneladas de aço e 48,2 quilômetros de metros quadrados em terraplenagem. Em relação à mão de obra estimada pelas empresas, está prevista a contratação de 5.729 trabalhadores e cerca de 14 milhões de refeições.
Construção de túneis em Antônio Dias, no Vale do Aço – Foto: Edésio Ferreira / Estado de Minas
Período Eleitoral
A obra da 381 está no centro do debate político em Minas Gerais. Se, por um lado, a presidente Dilma Rousseff (PT) poderá usar as obras na campanha, mostrando que atendeu a uma demanda histórica dos mineiros, por outro, a oposição, liderada pelo PSDB, aponta falhas. A principal delas é a ausência de um projeto para duplicação integral da 381, pois um trecho de 72,8 quilômetros entre Belo Oriente e Governador Valadares ficou de fora.
Para esse percurso estão previstas melhorias, como a construção de uma terceira pista e recuperação de trechos danificados. Quando esteve em Governador Valadares, em janeiro, a presidente Dilma admitiu que o trecho precisa ser duplicado para atender ao tráfego crescente da região. Ela prometeu a inclusão de aditivos para que o trecho também seja duplicado. Porém, a licitação foi feita sem as modificações, o que rendeu pesadas críticas do PSDB.
A duplicação é uma reivindicação histórica dos mineiros. Nas últimas três décadas o trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares não teve melhorias efetivas. A obra estava prevista no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC)
O início da obra estava previsto para 2012, porém uma série de atrasos com projetos e licenças ambientais impediu o início no prazo previsto. O último adiamento foi no final do ano passado, quando o Conselho de Política Ambiental (Copam), órgão do governo estadual, barrou o início das obras, pois o projeto não previa compensação das áreas ambientais devastadas.
Terraplanagem perto da entrada de Barão de Cocais – Foto: Edésio Ferreira / Estado de Minas
(Fonte: Daniel Camargos / Estado de Minas)