No Dia Internacional Contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, celebrado nesta quinta-feira (26), o titular da Delegacia Especial Anti-drogas (DEA) de Governador Valadares, no Leste de Minas Gerais, Clériston Lopes Amorim, revelou as três principais rotas de saída de drogas destinadas ao mercado valadarense: Paraguai, Bolívia e Mato Grosso.
Segundo ele o entorpecente vindo dos dois países vizinhos ao Brasil e do estado do Centro-Oeste chega até Governador Valadares principalmente BR-116, que segundo o delegado, é o caminho mais utilizado pelos traficantes.
Cleriston Lopes Amorim é o delegado da Delegacia Especial Anti-drogas (DEA) de Valadares. (Foto: Diego Souza/G1)
“A rodovia 116 é a principal rota, mas não podemos descartar que os traficantes também utilizam as BR’s 381 e 259 que cortam Valadares para abastecer o comércio ilícito na cidade. Porém, o caminho mais utilizado é a BR-116 que conduz a droga de países como Paraguai e Bolívia e ainda do Mato Grosso”, revela o delegado Clériston Amorim.
No início do mês de maio, a Polícia Civil de Governador Valadares incinerou aproximadamente 800 quilos de drogas. O material foi resultado de apreensões feitas entre os anos de 2003 e 2008. Maconha, cocaína e crack foram as principais substâncias destruídas. De acordo com o delegado, os três tipos de drogas são as mais comuns entre os traficantes da cidade.
“Excepcionalmente fazemos apreensões de LSD, mas as drogas mais comuns são de fato o crack, a maconha e a cocaína. Sempre que os traficantes são presos às drogas também são apreendidas e depois incineradas. Além de cumprir uma determinação prevista na lei, a incineração é uma alternativa para destruir produtos que estão sob os cuidados da polícia”, explica Clériston Amorim.
Zonas de tráfico
A Polícia Civil divide Governador Valadares em quatro áreas. A segunda área, que corresponde aos Bairros Altinópolis, Fraternidades, Planalto, Palmeiras, Santa Rita, Santa Paula, Turmalina e Jardim do Trevo são locais onde são registradas a maioria das ocorrências de tráfico de drogas na cidade. São consideradas as principais zonas de tráfico de Valadares e despertam maior atenção da polícia.
De acordo com números divulgados pela Polícia Civil, até o mês de maio, 73 homicídios foram registrados em Valadares. Deste total, quase 10% tem ligação direta com o tráfico de drogas. 14 mortes, o equivalente a 19,1% dos homicídios registrados até maio foram contabilizadas entre briga de gangues. Outros 39,7% dos assassinatos ainda estão em processo de investigação e podem ou não ter o envolvimento com o tráfico de drogas.
“O número de homicídios envolvendo o tráfico de drogas pode ser maior, pois ainda tem crimes que ainda não foram solucionados. A política da DEA é de apreender e combater o tráfico de drogas. A Civil faz a investigação, filtra as informações que recebe para chegar nos principais traficantes que abastecem a cidade e a Militar faz a segurança ostensiva atuando direto nas comunidades. A polícia tem feito o seu papel, mas não tem sido fácil e muito trabalhoso”, finaliza o delegado Clériston Amorim que assumiu a DEA há quase quatro meses.
(Fonte: Inter TV dos Vales / Texto: Diego Souza)
