Foi encerrada a greve dos professores da rede estadual na noite desta quarta-feira (4). O fim da paralisação, que começou no dia 21 de maio deste ano, foi decidido durante nova assembleia geral da categoria, realizada no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
De acordo com a assessoria do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), o previsto é que os educadores voltem aos trabalho já na próxima sexta-feira (6). No entanto, foi esclarecido que o estado de greve foi mantido. Ou seja, os professores continuam mobilizados em relação às suas reivindicações.
A categoria conseguiu marcar reunião com a secretária de Estado de Planejamento, Renata Vilhena. O encontro irá acontecer na próxima quarta-feira (11), na Cidade Administrativa, mas o horário ainda não foi definido. Na data, o planejado é que os servidores façam vigília na sede do Governo, na região de Venda Nova.
Também nesta quarta, os educadores fecharam a MG-010, exatamente em frente à Cidade Administrativa, por em torno de cinco horas. O bloqueio gerou grande congestionamento na rodovia, que dá acesso ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, e na Cristiano Machado. Em muitos momentos, a manifestação ficou tensa porque motoristas tentaram negociar com os manifestantes. A Polícia Militar (PM) acompanhou o movimento, que teve como principal objetivo pressionar o Governo a abrir negociação com a categoria.
Já na segunda-feira (2), os professores ocuparam a sede da Superintendência Regional de Ensino Metropolitana A e pretendem manter a invasão até o dia da reunião.
Reivindicações
Dentre outras reivindicações, os professores querem o pagamento do Piso Salarial Nacional no Estado, o descongelamento da carreira e a instituição de uma mesa de negociação para discutir a situação dos servidores afetados pela Lei 100.
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação informou que as principais reivindicações apresentadas não estão de acordo com a realidade da educação no Estado. “Minas Gerais tem, segundo o próprio Governo Federal, uma dos melhores sistemas estaduais de educação básica do Brasil e o Governo de Minas tem investido sistematicamente na valorização profissional dos educadores e na infraestrutura física do sistema”, diz trecho da nota.
“É importante esclarecer que em outubro do ano passado houve aumento salarial de 5% para todos servidores que integram a carreira da educação. Minas Gerais paga, desde 2011, um valor superior ao estabelecido pelo Ministério da Educação. Atualmente, o salário inicial de um professor com licenciatura plena em Minas Gerais é 42,93% superior ao piso nacional estabelecido pelo MEC. Na rede estadual de Minas Gerais o salário inicial do professor com licenciatura plena é de R$1.455,30 para uma jornada de 24 horas semanais. O piso nacional para 40 horas semanais é de R$1.697,39. Além disso, é importante destacar que o Governo de Minas sempre se manteve aberto ao diálogo com todas as entidades representativas dos servidores da Educação e com a categoria. Desde o início deste ano, já foram realizadas três reuniões do Comitê de Negociação Sindical (Cones), encontros periódicos que contam com a participação do Sind-UTE/MG. (25/02, 25/03, 23/04). A próxima reunião está agendada para o dia 27 de maio”, prossegue.
Ainda na nota, a Secretaria de Educação garantiu que antecipou de janeiro de 2016 para janeiro de 2014 a concessão do benefício de progressão da carreira dos profissionais de educação. Com a contratação de novos professores, o Governo informou que realizou o maior concurso da última década para a rede estadual de ensino. “Foram abertas 21.377 vagas, sendo 13.993 para cargos de professores e as demais para cargos administrativos. As nomeações desse concurso estão ocorrendo normalmente, tanto que já foram nomeados os aprovados para quase 80% do número de vagas. Foram 16.771 nomeações até o momento, 11.356 deles para cargos de professores e 5.415 para cargos administrativos”.
(Hoje em Dia)