Pronto-socorro tem 15 vagas, mas 42 pessoas estão internadas. Sem leitos, pacientes esperam nos corredores de hospital.
A superlotação do pronto-socorro da Santa Casa de Montes Claros (MG) levou o hospital a acionar o Plano de Contingência. Apesar da decisão ter sido tomada desde a sexta-feira (24), o pronto-socorro da instituição, que tem 15 leitos, conta com 42 pacientes internados nesta terça (27). O número chegou a 50 na segunda (26).
Pacientes aguardam leito nos corredores da Santa Casa (Foto: Michelly Oda / G1)
“Quando o Plano é acionado, comunicamos à rede de assistência à saúde que estamos hiper lotados e fazemos o atendimento apenas de pacientes de áreas nas quais o hospital é referência”, explica Wendell Félix Guimarães, gerente assistencial do pronto-socorro.
Wendell Félix ainda explica que o pronto-socorro é o local onde o paciente tem o primeiro atendimento dentro do hospital, a partir disso, outras providências são tomadas, dependendo da complexidade do caso.
Segundo o gerente, o local não deveria ser utilizado para a internação, mas diante da falta de leitos, os pacientes que precisam de tratamento são mantidos no hospital, nas condições que não são as ideais, mas que estão de acordo com a estrutura que a instituição pode oferecer.
A falta de leitos para a internação pode ser percebida nos corredores do hospital, onde é possível ver muitos pacientes em macas, recebendo o atendimento. Uma criança que está com meningite também aguarda por um leito. Em casos como o dela, o hospital faz o isolamento em um consultório, evitando que haja o contato com outras pessoas que estão em tratamento.
Paulo Fonseca está no corredor com o filho de 15 anos desde a segunda, quando o adolescente foi transferido de outro hospital. “Viemos para cá para que ele faça uma biopsia para ver se está com leucemia. Fico aqui com a esperança de que surja uma vaga para que ele possa ser internado.”
A aposentada Domingas Pereira é de Claro dos Poções (MG) e está no corredor da Santa Casa há 10 dias. “Tive um problema nas pernas, fui atendida, fiz exames e hoje vou embora, graças à Deus.”
Paulo Renato Denucci, diretor técnico do hospital, diz que a Santa Casa é um hospital de referência para o tratamento de uma série de patologias, e atende a mais de 80 municípios, por isso a superlotação do pronto-socorro e a falta de leitos.
“É preciso que as autoridades providenciem a abertura de outras portas de atendimento, a assistência médica de urgência passa por um situação de calamidade em nível nacional”, destaca Paulo Denucci.
A falta de leitos, segundo o diretor técnico, acaba gerando outros problemas. “Alguns pacientes precisam ser operados, mas não são submetidos ao procedimento por falta de vagas para a internação”, completa. (Inter TV / G1)