A presidente Dilma Rousseff (PT) assinou na tarde desta segunda-feira, em Ipatinga, Região do Vale do Aço, a ordem de serviço para a duplicação de cinco trechos da BR-381,conhecida como rodovia da morte, entre Belo Horizonte e Governador Valadares. Durante sua fala, a presidente disse que o atraso na obra ocorreu porque o governo federal chegou a cogitar a possibilidade de conceder a rodovia para a iniciativa privada, mas acabou recuando porque, segundo ela, o pedágio ficaria muito caro. O governo federal irá investir R$ 2,5 bilhões nas obras, sendo R$ 1,33 bilhão referente aos lotes com ordem de início hoje, segundo informou Dilma em sua conta no twitter, e reforçou durante seu discurso. Outros quatro lotes ainda estão em fase de negociação com as empresas participantes do processo. O prazo de término dos trabalhos é de quatro anos.
Segundo a presidente, as obras vão permitir o crescimento da região e, principalmente, evitar que ocorram mais mortes na estrada, uma das mais importantes do estado. Ainda sobre a demora no início das obras, Dilma também aproveitou a vinda a Minas para atacar os adversários. “Nos oito anos que estiveram à frente do pais não fizeram essa rodovia”, afirmou, em referência à administração tucana do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Ela ainda declarou que vai acompanhar “de perto” o ritmo da obras e da liberação dos recursos, por parte do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit).
Em todo trabalho de duplicação haverá construção de cinco túneis, 34 pontes, 66 viadutos, além de 31passarelas, 150 paradas de ônibus e de uma variante em Santa Bárbara numa extensão de 303 km da BR-381. O ministro dos Transportes, César Borges, ressaltou a importância econômica e social dos trabalhos da BR-381 para o estado de Minas Gerais e para outras regiões do pais. ”Significa desenvolvimento, significa salvar vidas”, considerou. Ele citou trechos de outras rodovias no estado que estão recebendo investimento federal para duplicação ou melhoria totalizando empenho de cerca de R$ 8 milhões.
Dilma também falou de outras obras em Minas. Sobre Belo Horizonte ela citou os recursos para modernização e ampliação do metrô e para o Anel Rodoviário, que lhe permitiu fazer mais críticas aos adversários. Ela disse que o governo federal “tem todo o interesse”de executar a obra, já ele faz parte de uma nova política de evitar o trânsito no centro das cidades e nas periferias habitadas das médias e grandes cidades. Dizendo que chegou a propor para o governo de Minas que os custos fossem arcados pelo governo federal, ela disse que a culpa pelo atraso deve ser compartilhada. “Se tiver atraso eu sugiro que se cobre do governo de Minas pelo atraso e não só do governo federal. Porque na hora da gente fazer o acordo e passar os recursos todo mundo quer, e na hora de cobrar tem que assumir também”, disse.
Discurso de campanha
Apesar da motivação da cerimônia ser a assinatura dos contratos para duplicação da BR-381, a presidente aproveitou para fazer uma espécie de apanhado de seu governo. Dizendo ser republicana, a presidente disse que sempre optou pela parceria com todos os estados e municípios, independentemente de questões partidárias ou eleitorais. “A parceria é a minha praxe”, disse. Na sequência, ela comentou sobre vários programas de seu governo como o Minha Casa, Minha Vida e o Mais Médicos e ainda sobre a destinação dos royalties do petróleo que transfere a maior parte dos recursos para a educação.
Por fim, Dilma encerrou seu discurso ressaltando as características dos mineiros. “Eu considero que quem nasceu aqui tem uma visão de mundo especial. Como dizia o poeta, se você olha o mundo lá de cima das montanhas você tem uma visão diferente”, disse. (Estado de Minas)