Além disso, mais de 7% deles sequer completaram o ensino fundamental; pesquisa do IBGE mostra que número de mulheres nas administrações municipais é bem inferior ao de homens, mesmo as prefeitas tendo mais instrução que os prefeitos
Apenas 31,1% dos prefeitos mineiros têm curso superior completo. Além disso, 7,6% dos prefeitos de Minas não completaram nem o ensino fundamental que, atualmente, vai até a 9ª série. A média do Estado, que conta com 853 municípios contemplados no estudo, é inferior à nacional, como mostra a Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (30).
No Brasil, são 38,7% os prefeitos que têm curso superior e 4,6% que não completaram o ensino fundamental. O levantamento mostrou um recorte interessante também na proporção de mulheres a frente das administrações municipais. São apenas 675 prefeitas nos 5.570 municípios do país, o que corresponde a 12,1% da proporção de mulheres para homens na prefeitura. Já em Minas, somente 71 municípios contam com administrações femininas, enquanto nas outras 782 cidades, os prefeitos são homens.
Os dados se contrastam a medida em que o número de mulheres na população nacional supera o de homens. Além disso, de acordo com a própria pesquisa, em relação a educação, as mulheres também predominam em relação aos homens. São 20% das prefeitas do país que tem pós-graduação e, de acordo com os pesquisadores do Munic, isso se deve ao fato de as mulheres terem a característica de esperar concluir os níveis de ensino para se lançarem em cargos do executivo municipal, “autoexigindo para si melhor formação e escolaridade”.
Mesmo com o número de mulheres sendo maior que o número de homens, o Estado conta com apenas 162 dos 853 municípios estruturados na área de formulação, coordenação e implementação de políticas para mulheres, o equivalente a 19% do total. O dado está abaixo da média nacional, onde são 27,5% das cidades munidas com essa estrutura, ou seja. 1.533 municípios.
Política de gênero
Minas Gerais também foi o destaque negativo no quesito política de gênero que, entre outras premissas, tem como objetivo igualar em justiça o tratamento dado tanto a mulheres como a homens. Foi constatado que a região Sudeste possui o menor percentual – 22.2% – de municípios com esse tipo de estrutura. Enquanto o Rio de Janeiro se destaca como o estado onde 56,5% dos municípios conta com políticas de gênero, Minas é o último da lista, com apenas 19% das cidades com essa estrutura. O Nordeste foi a região onde há a maior cobertura da política de gênero, principalmente, Pernambuco, que possui 77,3 das cidades contempladas.
Catástrofes
Nos últimos 5 anos, quase metade do Estado sofreu com alagamentos e processos erosivos acelerados. Foram 345 municípios em que houve registros neste período, o equivalente a 40,4% das cidades mineiras. O número está acima da média nacional, que levantou que 37,1% das cidades do país tiveram ocorrências deste tipo.
Mesmo assim, apenas 323 municípios mineiros, ou seja, 37,9%, contam com instrumentos de gerenciamento de riscos de desastres causados por enchentes, inundações ou enxurradas nas áreas urbanas. (O Tempo)