O técnico caiu após a derrota dessa quarta-feira para o Atlético Nacional-COL, em Medellín, pelas oitavas de final da Copa Libertadores
Críticas ao trabalho de Autuori estão cada vez maiores já que os resultados e a postura em campo têm decepcionado – Foto: Bruno Cantini/Atlético
Depois de quatro meses, as preces da Massa foram atendidas. Desde que chegou ao Atlético, Paulo Autuori foi execrado pela torcida. E depois de tantas atuações sofríveis do Galo, a perda do título do Mineiro para o arquirrival Cruzeiro e o risco de o time ser eliminado nas oitavas de final da Copa Libertadores, a diretoria alvinegra dispensou o treinador.
O comunicado veio no início da tarde desta quinta-feira, por meio do diretor de futebol do Atlético, Eduardo Maluf. Agora, a cúpula trabalha para trazer um nome forte que possa salvar a temporada da equipe, no último ano da era Alexandre Kalil.
Levir Culpi, que comandou os dois maiores clubes de Minas Gerais, Tite, ex-Corinthians e Grêmio, e que defendeu o Galo em 2005, ano do rebaixamento da agremiação para a Série B do Brasileiro, e Ricardo Gareca, ex-Vélez Sarsfield, são alguns postulantes ao cargo. Nada de oficial, no entanto, foi confirmado.
Na época em que foi anunciado como treinador atleticano, em dezembro de 2013, quando o Atlético estava em Marrocos na disputa do Mundial de Clubes da Fifa, Autuori era visto por Kalil como um substituto à altura de Cuca, que se transferiu para o futebol chinês. Na prática, Paulo esteve longe de ser um técnico de ponta, como foi nos anos 90 e 2000.
À frente do alvinegro, Autuori fez 23 partidas, tendo obtido 11 vitórias, nove empates e três derrotas. Neste período, o Galo marcou apenas 33 gols, e sofreu 16.
Em nenhum momento, o técnico passou a confiança necessária à torcida. O excesso de empates e a falta de objetividade do time em campo tiraram a Massa do sério. Toda partida no Independência neste ano começava e terminava com gritos de “fora, Autuori”, independentemente do resultado. O muro da Sede do Galo também foi pichado com frases pedindo a saída dele, que se confirmou nesta quinta.
A derrota por 1 a 0 para o Atlético Nacional, na noite desta quarta-feira, em Medellín-COL, foi a gota d’água. O que se viu foi uma das piores apresentações do Atlético nos últimos anos. O revés pelo placar mínimo acabou sendo pouco por conta do que foi exibido no gramado. Sem esquema de jogo, com uma postura medrosa e sem eficiência alguma para encaixar um ataque ou contra-ataque, o Galo foi presa fácil e corre sério risco de ser eliminado na Libertadores.
O discurso passivo do treinador também irritava os aficionados alvinegros. Frases como “eu não lamento” e “meu jeito de ser não vai mudar, não importa o que aconteça” provocaram a ira da Massa. O presidente Alexandre Kalil também não deve ter gostado nada da entrevista coletiva após o confronto ante os colombianos, na qual Autuori disse que “o time vai tentar se classificar”.
Um técnico interino deve comandar o Atlético neste domingo, na partida contra o Grêmio, na Arena Grêmio, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro. A expectativa é que um novo comandante já esteja presente para o confronto de quinta-feira, no Independência, que vale vaga nas quartas de final da Libertadores. (O Tempo)