Empresário é acusado pelo MP de improbidade administrativa. Outras 14 pessoas e seis empresas também tiveram bens bloqueados.
A Justiça determinou nesta terça-feira (22), o bloqueio de bens de Alvimar de Oliveira Costa, conhecido como Alvimar Perrella, acusado pelo Ministério Público (MP) de participar de um esquema de fraude em licitações para o fornecimento de alimentos a presídios do estado. Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), seis empresas e outras 14 pessoas também foram incluídas no decreto, totalizando R$ 81 milhões em bens imóveis dos réus.
De acordo com o TJMG, a liminar se trata de uma ação movida pelo MP para garantir a execução do processo e o pagamento do dinheiro desviado caso seja comprovada a improbidade. A decisão será publicada no Diário Oficial de Minas Gerais nesta quarta-feira (24), mas cabe recurso.
De acordo com o MP, entre os crimes cometidos pelos suspeitos estão fraude em licitação, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, formação de quadrilha e fraude processual. O MP afirma que cerca de R$ 80 milhões teriam sido desviados, em 32 licitações entre os anos de 2009 e 2012.
Na denúncia, Alvimar, que é irmão do senador Zezé Perrella (PDT-MG) e ex-presidente do Cruzeiro, e outros dois empresários são apontados como chefes do esquema. Os três são donos da empresa Stillus Alimentação, uma dos estabelecimentos que teve os bens bloqueados.
De acordo com o TJMG, o processo foi distribuído à 7ª Vara da Fazenda Pública no dia 11 de abril. O próximo passo será a intimação de defesa dos acusados, mas ainda não há uma data definida.
O advogado de Alvimar Perrella, Antônio Velloso, informou que ainda não tem conhecimento sobre o decreto, mas afirmou que irá recorrer à decisão assim que recebê-la.
Esquema
O cartel, de acordo com as investigações, funcionava da seguinte forma: os sócios João Wilson Veloso, Álvaro Wagner Diniz de Araújo e Alvimar Perrela, orientavam o advogado Bruno Vidotti, que fazia as propostas com preços pré-estabelecidos e combinados com empresas parceiras do grupo, dando preferência para a Stillus Alimentação.
Entre os denunciados, estão ainda duas servidoras da Secretaria de Estado de Defesa Social e dois diretores de presídios. (G1)