Estudantes do Ciência sem Fronteiras (CsF) terão que retornar ao Brasil, porque não conseguiram a nota miníma exigida no teste de proficiência (fluência) em inglês nas universidades em que estudariam. Segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ao todo 110 alunos foram excluídos do programa. Todos alunos de graduação, que tinham escolhido Portugal para o intercâmbio, e depois da suspensão de bolsas no país, puderam selecionar outro destino.
Também segundo a autarquia, esses estudantes não poderão mais participar do programa na modalidade de graduação-sanduíche, da qual foram excluídos. As bolsas estavam distribuídas entre o Canadá (80) e a Austrália (30).
Na época da suspensão das bolsas portuguesas, 9.691 candidatos estavam aptos a escolher outros destinos: Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Canadá, França, Alemanha, Itália e Irlanda. A intenção era estimular o aprendizado de outras línguas e evitar a facilidade do idioma português.
Como os estudantes não tinham fluência nos idiomas, o governo ofececeu curso de seis meses. Após esse período, teriam que fazer uma prova de proficiência e atingir a nota exigida pela instituições em que estudariam, o que varia. Caso não conseguissem, deveriam voltar ao Brasil. De acordo com a Capes, 3.445 bolsistas permanecem no exterior para prosseguir as atividades acadêmicas.
Além da prova, os estudantes que já estavam no exterior teriam que apresentar às instituições os documentos necessários para serem aceitos como alunos. Normalmente isso acontece enquanto ainda estão no Brasil, mas como não tinham fluência, precisariam consegui-la antes de tentar ingressar nas instituições. “Esses requisitos não são homogêneos, e variam de acordo com a área do curso, o histórico escolar do aluno e a proficiência no idioma”, informa a Capes. Alguns dos 110 estudantes tiveram problemas também em outros quesitos.
Os estudantes retornam sem realizar as atividades acadêmicas, ou seja, sem o reconhecimento do intercâmbio. Nas redes sociais o assunto gerou polêmica. Alguns criticam a alta exigência: “O nosso modelo de educação ensina o verbo to be do sexto ano ao final do ensino médio, e agora o governo cobra fluência? Já sabemos agora que os próximos a irem para o CsF serão as pessoas que teriam condições de ir por conta própria”, diz usuário do Facebook.
Outros acreditam que faltou estudo por parte dos participantes: “Estes são os estudantes que não tinham fluência no idioma e receberam um curso de inglês in loco, com imersão total na cultura da língua em que estão aprendendo… O governo, neste caso, não está cobrando fluência, e sim o aproveitamento mínimo exigido do curso de inglês caríssimo que eles receberam”, diz outra usuária.. (Agência Brasil)