Praia brasileira é eleita a mais bonita do mundo

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Para conhecer a praia mais bonita do mundo – segundo pesquisa do site de viagens TripAdvisor – não basta chegar a Fernando de Noronha. É preciso disposição e resistência física para percorrer a pé uma trilha de 320 metros, descer dois lances de escadas de metal fixadas dentro de uma fenda rochosa e encarar vários lances de uma escadaria natural. A Baía do Sancho fica 50 metros abaixo do seu ponto de acesso por terra mas, para os menos dispostos, um passeio de barco resolve o problema.


Falésia que compõe a baía tem uma altura média de 50 metros (Foto: Germana Soares/Acervo pessoal)

A pesquisa do TripAdvisor, respondida por viajantes do mundo todo, teve três praias brasileiras escolhidas entre as mais bonitas do planeta: além do Sancho, a Praia dos Carneiros, em Tamandaré, e a de Lopes Mendes, na Ilha Grande (RJ), integram a lista. Um total de 322 praias foram citadas.

Situado a 545 km do Recife, no Oceano Atlântico, o arquipélago de Fernando de Noronha tem cerca de 17 km² de extensão e é distrito de Pernambuco desde 1988. A rota tradicional dos barcos que fazem passeios com turistas – são seis ilhas maiores e 14 rochedos – conta com uma parada tradicional para banho de mar justamente na Baía do Sancho. Quem a visita percebe que a água é tão clara que dá a impressão de ser raso — e muitos acham que vão tocar facilmente o pé no chão. A transparência engana: poucos são os que conseguem tocar na areia do fundo do mar, uma vez que a profundidade média é de 6m.

Atualmente, a Baía do Sancho é uma das praias integrantes do Parque Nacional Marinho (Parnamar), portanto, tem acesso restrito. O Parnamar protege cerca de dois terços da ilha principal e todas as secundárias e é preciso pagar uma taxa de R$ 75 (para turistas brasileiros) ou R$ 150 (para estrangeiros), que garante o ingresso no parque. Feito isso, é possível percorrer os 320 metros de trilha que levam a uma passarela em madeira ecológica, ponto de partida para a visita à baía. Até esse local, o percurso é adaptado para cadeirantes e é lá, também, a última chance para abastecer a garrafinha d’água.

Para chegar ao mar, é preciso um pouco mais de espírito aventureiro. Os primeiros vinte metros são vencidos através de duas escadas de metal, encravadas na rocha. Nos trinta metros seguintes há uma escadaria esculpida em rocha, com cabo de aço para apoio das mãos. “Nós procuramos não interferir na paisagem”, diz Ricardo Araújo, diretor do Parque Nacional Marinho, satisfeito com o prêmio.

A adminstradora financeira Nicole Rodrigues Fernandes, 29 anos, esteve na Baía do Sancho em fevereiro deste ano. “Não acho [o passeio] sacrificante, de jeito nenhum. Só tem que estar disposto a fazer um caminho que dá um pouco mais de trabalho do que as outras praias, mas eu recomendo demais”, disse. “São duas escadas do tipo de bombeiros, só que feitas em inox, com um corrimão arqueado para dar mais apoio à descida. Mas não dá para dizer que é 100% acessível porque continua sendo uma escada que nem todo mundo consegue descer”, pondera. “Minha irmã não conseguiu descer com minha sobrinha de dois anos, infelizmente”, exemplifica Nicole. As outras crianças que estavam no grupo, um pouco mais velhas, conseguiram descer tranquilamente.

A estudante Ana Gurgel, 16 anos, também aprovou a visita à Baía do Sancho. “Eu não gosto muito de praia, mas deu para botar uma canga e ler meu livrinho tranquilamente. Fiquei fugindo do sol, tinha pouca sombra e não tem área coberta. Mas vale a pena, com certeza”, relata. Ela gosta do fato de não haver barracas para vender alimentos e bebidas na praia. “As pessoas ficam mais tranquilas”, arremata. (G1)


A água do mar é transparente durante todo o ano (Foto: Ana Clara Marinho/TV Globo)


Baía do Sancho vista do mirante que dá acesso à praia (Foto: Fabíola Blah/G1)


A Baía do Sancho é uma das praias integrantes do Parque Nacional Marinho (Foto: TV Globo)


No Sancho, a primeira parte entre rochas (Foto: Gabriel Gurgel/Acervo pessoal)

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