Em Minas Gerais, o índice de analfabetismo tem diminuído com o passar dos anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto, em 2011, 7,9% da população era analfabeta, em 2012, este número caiu para 7,4%. No entanto, a herança precária do passado na educação fica clara na população idosa. Em contraste com estes dados, 29,9% dos mineiros com 60 anos ou mais são completamente analfabetos, enquanto 57,7% deles são analfabetos funcionais, ou seja, têm menos de três anos de estudo, sabem escrever o próprio nome e até ler ou escrever algumas frases simples, mas não sabem interpretá-las.
Já na população idosa acima de 80 anos, o número de analfabetos completos é ainda maior: 40,2%. Os dados são da Fundação João Pinheiro, que apresentou, na manhã desta quinta-feira (20), os resultados da pesquisa sobre a população idosa do Estado desenvolvida pelo Centro de Estatística e Informação da Fundação, com dados colhidos em 2011. Para isso, foram estudados 18 mil domicílios e 428 municípios das 12 mesorregiões mineiras.
Na pesquisa, fica clara a dificuldade das pessoas que não tiveram oportunidade de estudar quando jovens em se alfabetizar depois de velhas. De todas as mesorregiões, as que encabeçam o ranking é são o Norte do Estado e os vales do Jequitinhonha e Mucuri, que empataram com 75,6% das respectivas populações de idosos sendo de analfabetos funcionais. Já o número de completamente analfabetos no Jequitinhonha e Mucuri é de 56,6% entre os idosos, enquanto no Norte, é de 51,1%. Na região metropolitana de Belo Horizonte, 20,5% dos idosos são analfabetos.
Dados gerais
Ainda de acordo com a pesquisa, em 2011, 11,8% dos mineiros eram idosos com 60 anos ou mais, totalizando 2,3 milhões de pessoas. O número aumentou em relação ao censo do IBGE de 2000, quando 7,6% da população era idosa, ou seja, 1.188.992 pessoas. Proporcionalmente, não se pode dizer que a população idosa quase dobrou, porque, em 2000, Minas contava com 15.743.152 habitantes. Já a população estimada em 2013 foi de 20.593.356.
As regiões mineiras que apresentaram as estruturas etárias mais velhas foram a Zona da Mata, com 13,3% da população de idosos, e Jequitinhonha e Mucuri, com 13,2% de idosos. A região metropolitana de Belo Horizonte tem 11% da população idosa. Em todo o Estado, para cada cem jovens entre 0 e 14 anos, há 52,4 idosos.
As mulheres vivem mais
As mulheres continuam figurando como maioria entre a população idosa, já que, para cada cem mulheres entre 60 e 79 anos, são 81,8 homens na mesma faixa etária. Já na população com mais de 80 anos, essa diferença é ainda maior. São 71,1 homens para cada cem mulheres. (O Tempo)