Minas está na contramão do restante do Brasil quando o assunto é o número de mortos nas estradas federais. Em 2013, acidentes nas rodovias que cortam o Estado mataram 1.264 pessoas, contra 1.196 no ano anterior. O aumento é de 5,7%. Em todo o país, no entanto, a redução nos óbitos foi de 10%.
Por outro lado, a quantidade de acidentes caiu de 26.772 para 26.459. “O aumento do número de mortos é explicado pela violência dos acidentes, cada dia maior”, observa o especialista em estradas Guilherme Leiva, professor do Cefet-MG.
“A combinação pistas simples, melhorias nas estradas, carros potentes, motoristas com comportamento agressivo e bebida alcoólica continua fazendo vítimas”, diz.
Seguindo a média nacional, as batidas de frente só respondem por 3% dos acidentes nas estradas mineiras, mas causam 35% das mortes. “Se dois carros a 80 km/h colidem, a força será a soma das velocidades”, diz o chefe da comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Minas, inspetor Aristides Junior.
Responsabilidade
Aristides Junior alerta para a imprudência dos motoristas: a causa de 95% dos acidentes é humana. “Se a punição fosse ágil, o cenário seria diferente. Haveria menos imprudentes e negligentes”.
Já Guilherme Leiva diz que não se pode eximir de culpa o mau motorista, mas lembra muitos adotam postura inadequada em função da via.
“Muitas vezes, a ultrapassagem é de risco porque o projeto da estrada induz o condutor a isso. Culpar sempre o motorista é uma forma de isentar o poder público de, por exemplo, duplicar as rodovias e colocar sinalização adequada”.
(Foto: Silvio Andrade/Defato)
(Hoje em Dia)