A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) está desenvolvendo estratégias para reduzir os prejuízos causados por carrapatos e outros parasitos na pecuária bovina. O tema foi abordado pelo pesquisador Daniel Sobreira Rodrigues durante o Congresso Panamericano de Medicina Veterinária, realizado em dezembro, no Uruguai.
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As ações incluem tratamentos convencionais, descanso de pastagens e confinamento do rebanho durante o período de suplementação de volumoso, entre maio e novembro. Segundo o pesquisador, os impactos dessas medidas sobre a carga parasitária e a qualidade das pastagens estão sendo avaliados para estabelecer a relação custo-benefício.
Os estudos estão sendo conduzidos no Campo Experimental Santa Rita da Epamig, em Prudente de Morais, em parceria com a Escola de Veterinária da UFMG e propriedades particulares assistidas pela Emater-MG.
Prejuízos causados pelos parasitos
Os carrapatos e os agentes da Tristeza Parasitária Bovina (TPB) representam uma ameaça significativa para a pecuária. “Os principais prejuízos incluem espoliação sanguínea, processos inflamatórios causados pelas picadas e inoculação de toxinas. Isso pode levar a anemia, imunossupressão, falta de apetite e queda na produtividade”, explicou Daniel Sobreira.
Monitoramento e controle
Minas Gerais, que possui 216,5 mil produtores de leite e é responsável por quase 30% da produção nacional, apresenta condições climáticas favoráveis à proliferação de carrapatos. Segundo Sobreira, as maiores infestações ocorrem entre o final do verão e o início do inverno, sendo fundamental atuar preventivamente durante períodos de baixa infestação, como na primavera.
O pesquisador destacou os desafios no controle dos parasitos, incluindo a resistência aos produtos carrapaticidas e a dificuldade em implementar programas de manejo eficientes. “É necessário manter a carga parasitária em níveis que imunizem o rebanho contra a TPB, sem comprometer sua saúde.”
Além disso, o acompanhamento especializado é indispensável para diagnósticos precisos e tratamentos oportunos. “O monitoramento contínuo, com avaliações clínicas e testes de diagnóstico, é essencial para garantir a eficácia das estratégias de controle”, concluiu.