A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou a Operação Profiling, resultado de investigação de homicídio ocorrido no município de Buritis, na região Noroeste do Estado. Os mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos em dois endereços ligados ao alvo, de 32 anos, em Brasilândia de Minas, que fica a cerca de 260 quilômetros da cidade onde ocorreu o crime, na última terça-feira (8/11/2022).
O crime ocorreu por volta das 8 horas do dia 23 de dezembro de 2020, na área rural de Buritis, em uma estrada vicinal que dá acesso à rodovia MG-400. Na ocasião, a vítima, de 26 anos, foi encontrada próximo à caminhonete da empresa que o engenheiro agrícola utilizava para prestar serviços no campo. O corpo apresentava diversas perfurações na região da cabeça e nas costas, provocadas por arma de fogo.
As investigações, realizadas pela equipe da Delegacia de Polícia Civil em Buritis – posteriormente, com apoio da Agência de Inteligência Policial (AIP) em Unaí -, chegaram à identificação do suspeito e apontaram para a motivação passional do crime. Segundo apurado, o investigado estaria desconfiado de possível envolvimento entre a vítima e a suposta companheira dele, que teriam se conhecido via aplicativo de relacionamento e chegaram a se encontrar dias antes da execução em um estabelecimento comercial.
Por meio das apurações, de acordo com a delegada Vanessa Araújo Santos, foram identificados contatos telefônicos entre o suspeito e o engenheiro agrícola, inclusive na data do crime. “A vítima provavelmente não sabia quem era o autor das ligações, e marcaram um encontro, uma vez que a vítima fazia consultoria agropecuária”, pontua. “Foi possível estabelecer uma linha cronológica dos fatos ocorridos, iniciando-se em 18 de dezembro daquele ano, no dia seguinte a vítima e a cônjuge do suspeito se encontraram, findando com o homicídio no dia 23”, completa a delegada.
Trabalho investigativo
Vanessa Santos ressalta que “a investigação se deu de forma minuciosa, começando praticamente sem nenhum vestígio ou prova que levasse à autoria do caso”. Os primeiros levantamentos se deram com a perícia oficial da PCMG no local do crime, e o corpo foi encaminhado ao Posto Médico-Legal em Unaí para exames de necropsia. Paralelamente, a equipe de investigação realizou diversas apurações até a conclusão das apurações.
Ao longo do período de investigação, foram analisadas imagens de videomonitoramento de estabelecimentos comerciais, e a PCMG requereu à Justiça a quebra de sigilo de dados telefônicos e telemáticos do aparelho celular da vítima, que havia sido levado pelo suspeito do homicídio. “Os elementos obtidos indicaram ligações entre o investigado e a vítima, e entre a vítima e a suposta companheira do suspeito, sendo possível assim levantar posições geográficas do autor e análise de vínculo entre os envolvidos”, informa a delegada.
Operação
Devido à particularidade da investigação, a operação foi denominada como Profiling, que remete ao Criminal Profiling, também chamado de Psicologia Investigativa no Brasil, e envolve o estudo do comportamento e da personalidade do autor de um crime focado na fase investigativa e com o objetivo de identificar o perfil criminal desse indivíduo.
Basicamente, o Profiler analisa a cena do crime e todos os dados coletados relacionados com o delito para encontrar padrões comportamentais e outras características. É dizer: montará um perfil criminal do ofensor visando auxiliar em investigações com pouco ou nenhum vestígio e especialmente de crimes violentos, encontrando, assim, quem cometeu o crime.
A operação foi realizada pela Delegacia de Polícia Civil em Buritis, com apoio da equipe da AIP em Unaí e de investigadores lotados em Bonfinópolis.
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