Os receios sobre os juros nos Estados Unidos provocaram instabilidade no mercado financeiro global. O dólar ultrapassou os R$ 5,30 pela primeira vez desde o fim de setembro. A bolsa de valores caiu quase 2% e teve o maior recuo semanal em quatro meses.
O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (14) vendido a R$ 5,323, com alta de R$ 0,05 (+0,94%). A cotação iniciou o dia em queda, chegando a cair para R$ 5,24 por volta das 10h. No entanto, disparou após a abertura dos mercados norte-americanos, até fechar próxima das máximas do dia.
Com o desempenho de hoje, a moeda norte-americana subiu 2,1% na semana. A divisa, no entanto, acumula queda de 1,33% em outubro, graças ao forte recuo na semana posterior ao primeiro turno das eleições presidenciais. Em 2022, o dólar cai 4,54%.
O dia também foi marcado pela turbulência no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 112.072 pontos, com queda de 1,95%. O indicador operou em alta nos primeiros minutos de sessão, para cair fortemente após o início das operações das bolsas norte-americanas.
O Ibovespa encerrou a semana com queda acumulada de 3,77%, o maior recuo semanal desde meados de junho. O índice ainda acumula alta de 1,85% no mês, também graças à euforia no mercado financeiro após o primeiro turno das eleições.
Um dia após a divulgação de que a inflação ao consumidor nos Estados Unidos ficou em 0,4% em setembro e voltou a acelerar em relação a agosto, o mercado global teve um dia de ajustes. Nem a decisão da primeira-ministra britânica, Liz Truss, de voltar atrás no corte de impostos dos mais ricos aliviou o clima entre os investidores.
As bolsas norte-americanas, que tiveram forte alta ontem (13), caíram hoje, em decorrência de um movimento de correção. Novas declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) de que pretendem continuar rigorosos no combate à inflação reavivaram os receios de aumento de juros acima do previsto. Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.
Os temores de uma recessão global e novas medidas de lockdown na China fizeram os preços do petróleo caírem. Mesmo com a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de cortar a oferta, a cotação do barril do tipo Brent recuou 3,1%, para US$ 91,63.
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