A Copasa inicia na noite desta terça-feira (8/3/2022) o sistema de rodízio na distribuição de água em quatro áreas estratégicas da Região Metropolitana de Belo Horizonte. As manobras ocorrerão às 22h e serão desfeitas no dia seguinte às 22h, ou seja, a área afetada ficará desabastecida por 24 horas. Dessa maneira, nenhum bairro ficará sem água por mais de um dia, como vinha acontecendo nos últimos dias devido à baixa pressão da água.
O rodízio ocorrerá por grupos nas cidades de Belo Horizonte, Betim, Contagem, Ribeirão das Neves e Santa Luzia, com abastecimento por três dias a cada quatro dias, ou seja, um dia sem abastecimento. A medida será necessária até 20/3, até que a estrutura temporária da adutora que se rompeu seja construída no Sistema Serra Azul para normalizar o abastecimento.
A região afetada inclui os bairros São Benedito, Santa Clara e São Cosme, em Santa Luzia; Venda Nova e Landi, em Belo Horizonte; Centro, Santa Helena e Estância do Hibisco, em Contagem; Imbiruçu, São Luiz e Petrolândia, em Betim; e Justinópolis, em Ribeirão das Neves. Essas áreas ficarão sem água nos dias 8, 12, e 16/3.
A segunda região que ficará sem água nos dias 9, 13 e 17/3 inclui os bairros Cabral e Nacional, em Contagem; Lagoa Santa, Vespasiano e São José da Lapa. Já nos dias 10, 14 e 18/3, será a vez dos bairros Barreiro, Betânia e Buritis, em Belo Horizonte; Riacho das Pedras, Eldorado, Cidade Industrial e Industrial, em Contagem.
A quarta região afetada inclui os bairros Alípio de Melo, Caiçara e Ouro Preto, em Belo Horizonte; e Água Branca e Ressaca, em Contagem; Centro, Angola, Ouro Negro, Montreal, Petrópolis e PTB, em Betim, nos dias 11, 15 e 19/3.
O anúncio foi feito pelo diretor-presidente da Copasa, Carlos Eduardo Castro, que explicou que, apesar das diversas ações realizadas pela empresa desde o dia 1/3, data em que a adutora se rompeu na travessia do rio Paraopeba, o déficit de 15% da produção tem dificultado que a água chegue em partes da RMBH mais altas e distantes do reservatório. O incidente, segundo o diretor-presidente, foi causado por um incêndio que atingiu a estrutura que sustentava a adutora.
“Neste momento, temos que ser muito claros e transparentes com a sociedade. Tivemos um evento do qual não tínhamos controle e estamos tomando todas as medidas, e a adoção desse rodízio, por mais que não seja uma medida das mais simpáticas, é necessária para que todos tenham o abastecimento regular”, explicou Castro.
A Copasa entende que com essa estratégia a água chegará com segurança às casas das famílias mais afetadas, principalmente as que residem em áreas de maior vulnerabilidade social. O presidente explicou ainda que cada uma das quatro regiões afetadas tem cerca de 500 mil pessoas. “Isso quer dizer que em cada momento do rodízio, 500 mil pessoas serão impactadas por dia, o que representa menos de 10% da população da RMBH”, destacou.
O superintendente da Unidade de Negócios Metropolitana, Sergio Neves, disse que as regiões próximas à BR-040, como Esmeraldas, não entraram no rodízio exatamente por serem áreas onde a população foi mais afetada. “As quatro regiões que farão parte do rodízio já têm um abastecimento regular na maioria do tempo ou praticamente não sofrem com a intermitência. Então, por isso que a gente está buscando dividir isso, para que todos possam ter acesso a água nesse período até que a obra provisória fique pronta”.
O rodízio proporciona que o consumidor se programe para o desabastecimento. Por isso, a companhia pede ainda aos moradores da capital e de cidades do entorno, que não foram afetados pelas intercorrências, que utilize a água de forma racional para que a distribuição chegue por igual a toda população.
Além da gravidade dos impactos causados pelo déficit na produção, as altas temperaturas registradas nos últimos dias fazem com que o consumo de água aumente nesse período. Portanto, é importante a contribuição de todos, para que o impacto seja o menor possível.
Outras ações para mitigar o problema envolvem duas obras de grande porte, manobras na rede de distribuição e fornecimento de 100 caminhões-pipa para priorizar os serviços essenciais, como escolas, hospitais e asilos.
Obras
A Copasa já iniciou a obra provisória, com duração até 18/3, que consiste na construção de uma adutora de menor porte, paralela à existente, o que irá possibilitar uma recuperação de abastecimento do sistema Serra Azul da ordem de 600 a 800 litros de água por segundo. Antes do rompimento da adutora, o sistema Serra Azul vinha trabalhando com uma produção de 2 mil litros por segundo. Em paralelo, já foram contratados os projetos para construção do novo trecho sobre o rio Paraopeba.
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