A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) realizou, na semana passada, a Operação Atrium, que resultou na prisão de quatro suspeitos, de 19, 21, 25 e 29 anos, e na apreensão de um adolescente, de 17, à época do fato, na cidade de Montes Claros, Norte do Estado. Os indivíduos estariam envolvidos no homicídio de uma mulher, de 43 anos.
As investigações tiveram início após o corpo da vítima ser encontrado, dentro da própria residência, totalmente carbonizado, no dia 3 de setembro do último ano. A residência da vítima ficou totalmente em chamas, sendo necessária a presença do Corpo de Bombeiros Militar para controlar o fogo.
Laudos emitidos após exames de necropsia identificaram lesões compatíveis com enforcamento e restos de uma tesoura no pescoço dela. Segundo apurado, a vítima tinha o costume de guardar drogas na residência dela para traficantes locais e ela teria desaparecido com cerca de 2,5 quilos de maconha, o que causou prejuízo ao tráfico.
O delegado Bruno Rezende conta que os traficantes torturaram a vítima, enquanto cobravam a dívida dela. Mas, como não receberam nenhum valor, os suspeitos consultaram o responsável pelo tráfico de drogas, o homem de 29 anos, que autorizou a morte da vítima.
Então, a vítima foi imobilizada e sofreu vários golpes de tesoura no pescoço. Depois, ela chegou a ser enforcada com um lençol e, por último, teve a tesoura fincada no pescoço. Depois de morta, os suspeitos ainda atearam fogo no corpo da mulher, o que causou o incêndio no local.
Rezende esclarece que a forma cruel empregada pelos suspeitos tem duas dinâmicas: “A primeira seria dificultar o trabalho policial, com o fogo. Os suspeitos acreditavam que as provas seriam destruídas. E a segunda seria para causar terror naqueles que poderiam cogitar seguir o exemplo da vítima”, explica.
Diante dos levantamentos, a PCMG representou pela prisão temporária dos suspeitos. Na última quarta-feira (28/4), o homem de 19 anos foi preso e o adolescente, apreendido. No dia seguinte (29/4), os homens de 21 e 25 anos também tiveram o mandado de prisão cumprido. Já o suspeito de chefiar o tráfico de drogas, o homem de 29 anos, já se encontrava no Sistema Prisional devido a outro homicídio, e também teve o mandado cumprido pela PCMG. Os suspeitos responderão por homicídio qualificado.
O inquérito policial será concluído e encaminhado à Justiça daqui cerca de 15 dias, e as investigações prosseguem. Ainda, a PCMG apura o envolvimento de outra mulher, suspeita de ter feito uma “emboscada”, pois ela teria ido à casa da vítima, momento em que os investigados a surpreenderam ao abrir o portão.
Os suspeitos foram encaminhados ao sistema prisional e ficarão à disposição da Justiça. Já o adolescente ficará à disposição da Vara da Infância e Juventude.
Atrium
O nome da operação, Atrium, significa Tribunal. Trata-se de uma alusão ao “julgamento” que realizaram para determinar a sentença que seria aplicada à vítima. “No caso, eles decidiram que ela merecia morrer”, explica Rezende.
Redução de homicídios
O chefe do 11º Departamento de Polícia Civil em Montes Claros, Jurandir Rodrigues, ressalta que houve redução na taxa de homicídios e aumento no índice de apuração desse tipo de crime, no Norte de Minas, o que é resultado do trabalho integrado das forças de segurança na região.
——————
Quer receber as notícias do Aconteceu no Vale em primeira mão? Siga-nos no Facebook @aconteceunovale, Twitter @noticiadosvales e Instagram @aconteceunovale.