Após três meses de investigação, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), com apoio do Ministério Público Estadual, realizou a operação Putredine, na quarta-feira (14/4/2021), visando o cumprimento de mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em Nanuque, no Vale do Mucuri. No curso dos trabalhos, um escrivão do Tribunal de Justiça do Estado (TJMG) foi preso pelos crimes de corrupção passiva, concussão, advocacia administrativa, falsidade ideológica e supressão de documentos públicos.
O delegado Luiz Bernardo Rodrigues conta que foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, sendo dois em escritórios de advocacia e outros dois no Fórum de Nanuque. O objetivo é elucidar todo o esquema criminoso e individualizar a conduta de cada envolvido, visto que advogados da cidade também são investigados. “A suposta dinâmica do cometimento do crime se baseia na facilidade de acesso que o servidor possuía aos processos judiciais que tramitavam na vara judicial em que trabalhava, articulando manobras processuais indevidas e sem embasamento legal para favorecer os clientes dos advogados ligados a ele”, detalha Luiz Bernardo.
De acordo com o delegado regional João Augusto Ferraz, o material apreendido nessa fase da operação será de fundamental importância para a conclusão das investigações. “Esperamos que com os documentos, aparelhos celulares, computadores e diversos outros itens arrecadados possamos continuar as investigações e identificar os demais autores”, finaliza.
A ação, desencadeada pela 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil em Nanuque, contou com o acompanhamento da corregedoria do TJMG. A CGJ já proferiu decisão instaurando PAD e afastando o referido escrivão judicial das funções e acesso ao fórum por 60 dias.
O termo putredine, em latim, significa podridão, uma referência aos crimes de corrupção investigados.
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