Após um longo imbróglio foi decidido, na tarde dessa terça-feira (9/3/2021), que a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara vai ficar com o PSDB. Com isso, o cargo vai ficar nas mãos do deputado federal mineiro Aécio Neves (PSDB). Ele conseguiu chegar ao posto após negociar diretamente com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Por ser a legenda com o maior número de deputados a fazer parte do bloco de apoio a Lira, o PSL vinha reivindicando o comando do colegiado. Isso, inclusive, foi o que impediu que essas escolhas das presidências das 25 comissões permanentes do Legislativo ocorressem ainda na última semana. Após muita articulação, a agremiação resolveu ceder.
Apesar das indicações dos nomes dos presidentes dos grupos, eles vão ter que ser confirmados em eleições simbólicas, que começam nesta quarta-feira (10/3). Aécio vai assumir o posto que estava nas mãos de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e, assim, começa a sair dos bastidores.
Na chefia da comissão, ele vai ter diálogo direto com o Ministério das Relações Exteriores e com embaixadas de outros países. O mineiro estava atuando nas sombras do Legislativo desde 2017, quando foi acusado de fazer parte do escândalo da mala de dinheiro de propina do Grupo J&F, do empresário Joesley Batista. Ele sempre negou todas as acusações dos delatores da empresa.
A polêmica resultou em desgaste político, fazendo com que ele passasse de segundo colocado nas eleições presidenciais de 2014 a deputado federal no último pleito. E, se antes, a ala da bancada do PSDB na Câmara ligada ao governador de São Paulo, João Doria, tinha mais força, agora está nas mãos de Aécio. Uma das maiores provas é que o aliado dele, Rodrigo de Castro (MG), é o líder do partido na Casa.
Os tucanos apoiaram formalmente Baleia Rossi (MDB-SP), candidato de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara, mas o ex-senador atuou nos corredores da Casa para ajudar a eleger Lira, e a expectativa é de que ele leve melhor nessa queda de braço de um cargo importante da Câmara.
Indicação do FHC
Por meio de nota, Rodrigo de Castro disse que o nome de Aécio foi recomendado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pelos ex-chanceleres Aloysio Nunes Ferreira e José Serra, hoje senador por São Paulo.
“A Comissão de Relações Exteriores sempre foi especialmente importante para o PSDB e a experiência do deputado Aécio será fundamental para que o colegiado traga contribuições relevantes às relações entre o Brasil e outras Nações, com foco no interesse nacional, e à busca da preservação da reputação do nosso país lá fora”, afirmou Castro.
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Não é desse tipo de comissão que o Aécio gosta.