O satélite Amazonia 1 já está a caminho da Índia. O embarque aconteceu em um avião B777 da Emirates, no Aeroporto de São José dos Campos (SP). A previsão de lançamento ao espaço é em fevereiro de 2021.
“Para termos o satélite preparado para envio para a base de lançamento contamos com o empenho de centenas de pessoas com o trabalho incansável de anos de preparação. Os desafios foram muitos. Como resultado, estamos a poucas etapas de concluir o ciclo completo de um satélite totalmente desenvolvido, integrado, testado no Brasil e pelo Brasil”, disse o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI), Clezio de Nardin, em coletiva de imprensa realizada nesta manhã (22) nas dependências do Aeroporto de São José dos Campo e transmitida ao vivo pelo canal do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) no Youtube.
Para o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Carlos Moura, é um privilégio para o Brasil ver o seu programa espacial consolidando mais essa conquista. “Isso se deve muito à capacidade tecnológica das pessoas, ao desenvolvimento científico, mas também ao esforço logístico que prossegue até chegar na Índia, e também ao esforço administrativo, que é uma vitória de todas as instituições”, disse.
O satélite
O satélite terá a missão de fornecer dados (imagens) de sensoriamento remoto para observar e monitorar o desmatamento, especialmente na Região Amazônica. Com seis quilômetros de fios e 14 mil conexões elétricas, o Amazonia 1 será o terceiro satélite brasileiro de sensoriamento remoto em operação, junto ao CBERS-4 e ao CBERS-4A.
O Amazonia 1 é o primeiro satélite de observação da Terra completamente projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil. Com lançamento previsto para fevereiro de 2021, o Amazonia 1 é um satélite de órbita Sol síncrona (polar), que irá gerar imagens do planeta a cada 5 dias. Para isso, possui um imageador óptico de visada larga (câmera com três bandas de frequências no espectro visível VIS e uma banda próxima do infravermelho Near Infrared ou NIR) capaz de observar uma faixa de aproximadamente 850 km com 64 metros de resolução.
“Os dados do satélite poderão ser usados para uma infinidade de aplicações, como monitoramento ambiental, agricultura – esse é um grande avanço – e monitoramento das zonas costeiras e outras aplicações correlatos. Além dos dados, o Amazonia 1 é fundamental do ponto de vista tecnológico, ele válida em voo a nossa plataforma multimissão, um desenvolvimento liderado pelo MCTI, mas com a presença forte da AEB e do Inpe em benefício do nosso parque industrial”, salientou Nardin.
Sua órbita foi projetada para proporcionar uma alta taxa de revisita (5 dias), tendo, com isso, capacidade de disponibilizar uma significativa quantidade de dados de um mesmo ponto do planeta. Sob demanda, o Amazonia 1 poderá fornecer dados de um ponto específico em 2 dias. Essa característica é extremamente valiosa em aplicações como alerta de desmatamento na Amazônia, pois aumenta a probabilidade de captura de imagens úteis diante da cobertura de nuvens na região.
Os satélites da série Amazonia serão formados por dois módulos independentes: um Módulo de Serviço, que é a Plataforma Multimissão (PMM); e um Módulo de Carga Útil, que abriga câmeras imageadoras e equipamentos de gravação e transmissão de dados de imagens.
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