O período chuvoso é a fase mais adequada para a realização de atividades essenciais para as propriedades rurais, como plantio e adubação. Nesta época, em que as tarefas costumam ser mais intensas, os pecuaristas precisam planejar as ações de modo a não comprometer outras práticas necessárias, como alerta o pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Adriano Guimarães.
“Nas fazendas, o acúmulo de atividades no início das águas requer estudo prévio e estratégias de gestão eficientes para não sobrepor tarefas, visto que, muitas vezes, há a ocorrência simultânea de práticas pecuárias, como a vacinação do rebanho, por exemplo”, destaca.
Ainda que o período das chuvas seja bem definido na região tropical que abrange o estado de Minas Gerais, o pesquisador lembra que não há como precisar o início das precipitações. “Não são raros os atrasos que podem impactar tarefas cruciais na propriedade. É preciso estar preparado também para isso”, frisa.
Dentre os imprevistos que devem ser considerados, Adriano chama a atenção para fatores como o atraso e o excesso de chuvas. “Nem sempre as atividades planejadas são executadas no tempo programado, afetando o cumprimento das metas e dos serviços agendados. É preciso considerar o atraso na chegada das chuvas; o solo encharcado impedindo mecanização; o atraso nas revisões de máquinas e implementos; falhas em operações como preparo do solo, dessecação e plantio, atraso na aquisição e entrega de insumos diversos (fertilizantes, sementes, defensivos, etc.); quebra ocasional de máquinas, dentre outros”, exemplifica.
O planejamento deve considerar ações nas áreas de pastagens e de plantio. Confira algumas dicas enumeradas pelo pesquisador:
Áreas de pastagens
– Promover, com antecedência, a manutenção e os ajustes necessários nas cercas divisórias, bem como em corredores e áreas de lazer / descanso. Substituir mourões estragados, verificando com atenção as áreas mais acidentadas, de maior desnível do solo, e os locais onde há grande distanciamento entre mourões e estacas.
– Verificar as condições dos bebedouros e, caso necessário, realizar os reparos devidos nos encanamentos, substituir boias, além de programar a rotina de higienização.
– Realizar o controle químico de invasoras associado à recuperação da planta forrageira.
– A adubação deve ser realizada preferencialmente logo após o pastejo.
– Adubação exige refinamento no manejo do pastejo.
– Realizar a transição dos animais do cocho ao pasto de maneira gradativa.
– Realizar a manutenção dos corredores deixando-os limpos, sem a presença de pedras, tocos ou demais obstáculos, para que os animais não se machuquem ao transitar.
Áreas de plantio
– Ter conhecimento do histórico das áreas e dos solos já corrigidos.
– Verificar, com antecedência, as máquinas e os implementos realizando reparos, lubrificando os componentes, calibrando pneus, além de realizar ações de regulagem, com o intuito de prevenir danos e atrasos.
– Definir espécie(s) e cultivar(es), nível de adubação, stand de plantas e época de semeadura.
– Bom preparo do solo e, no caso de plantio direto, realizar a dessecação tendo cuidado com o manejo de herbicidas, para evitar possíveis injúrias na(s) cultura(s).
– Atentar para os detalhes que conferem plantabilidade ou qualidade de semeadura, como velocidade de plantio, profundidade de semeadura, vigor e homogeneidade de sementes, tratamento, uso de grafite etc.
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