Mineira investe na criação de peixes aos 84 anos

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Os 84 anos de idade não são obstáculo para a produtora Julieta Moreira, que mora no município de Cachoeira da Prata, região Central de Minas Gerais. Ela cuida praticamente sozinha do sítio Santa Edwiges, de quatro hectares, onde produz de tudo um pouco: frutas, mandioca, amendoim, hortaliças, milho, feijão, além de pequenas criações de galinhas e porcos.

A disposição da dona Julieta na lida com as atividades no campo parece não ter fim. Há pouco tempo, ela descobriu uma nova paixão: criar peixes. Para isso, ela precisava construir um tanque. Foi aí que surgiu a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), que desenvolveu um projeto para resolver a questão.

Tanque

Como no sítio também há pequenas plantações, a proposta apresentada pela Emater-MG foi de escavar um tanque que pudesse servir tanto para irrigação quanto para a criação de peixes. O coordenador de Fruticultura da empresa, Juscelino Rabelo, desenvolveu o projeto de um tanque que poderia ainda ser abastecido com a água da chuva.

O tanque tem dimensões de 15 x 4 metros, com 1,2 metro de profundidade, com o fundo coberto por lona de silo. O maquinário para abertura foi cedido pela prefeitura. Dona Julieta, por sua vez, providenciou o material e a mão de obra. Para aproveitar a água da chuva, foram usadas calhas no telhado da casa, conectadas ao tanque.

Produção

O peixe escolhido para a criação foi a tilápia. A primeira produção foi retirada este ano. “Deu muito certo. Foi muita fartura. E resolvi colocar mais peixe agora”, comemora dona Julieta.

Ela conta que, no ano passado, comprou 300 alevinos. Há pouco tempo, colocou 500 no tanque. Os bons resultados chamaram a atenção da vizinhança. Um produtor que mora próximo gostou da ideia, também fez um tanque e comprou 200 alevinos. “É fácil de cuidar. Os peixes não dão muita despesa”, afirma dona Julieta.

A técnica da Emater-MG de Cachoeira da Prata, Janaina Pardinho, ressalta que, com a possibilidade de captar água da chuva para abastecer o tanque, o consumo de água proveniente do poço artesiano da comunidade diminuiu. O trabalho também propiciou a melhoria da alimentação da produtora e familiares.

“Tudo que ela põe a mão para fazer dá certo. Ela é muito esforçada, voltada para a agricultura e a pecuária. E sempre procura ouvir as recomendações que passamos para ela”, afirma a técnica.

Dona Julieta revela que toda a primeira produção de peixes foi doada a parentes e conhecidos. Mas acrescenta que, se houver excedente, pensa na possibilidade de comercialização. “A família é grande e tenho muitos amigos. Mas, se sobrar, a gente vende também”, diz.

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