O mineiro Sérgio Sette Câmara Filho será uma das novidades entre os pilotos que disputarão as seis corridas finais da temporada 2019/2020 da Fórmula E, todas em Berlim (Alemanha), em nove dias. O brasileiro, de 22 anos, substituirá o neozelandês Brendon Hartley na equipe GEOX Dragon, e estreará na categoria dos carros elétricos na etapa de quarta-feira (5/8/2020), que abrirá a “maratona” no aeroporto de Tempelhof, na capital alemã.
Com Sette Câmara – piloto reserva das equipes Red Bull e AlphaTauri na Fórmula 1 – o Brasil passa a ter três representantes na Fórmula E. Além dele, competem Lucas Di Grassi, pela Audi, e Felipe Massa, da Venturi. O mineiro é fã declarado de Massa e o acompanhou de perto quando o agora companheiro de categoria quase foi campeão mundial de F1, há 12 anos.
“Eu lembro que em 2008, eu estava na arquibancada [do autódromo de Interlagos] com meu pai e avô. Na hora que o Massa ganhou a corrida, que foi emocionante, debaixo de chuva, a gente começou a gritar. Na televisão, a câmera mudou para o momento em que o [Lewis] Hamilton ultrapassou o [Timo] Glock. Mas, quem estava na arquibancada só ficou sabendo que o Massa não foi campeão uns dois minutos depois”, recordou o brasileiro, em entrevista divulgada pela Fórmula E.
“Nunca imaginei que fosse me profissionalizar como piloto. Sempre fui fanático por corridas e o Massa foi um herói para mim na época. Ele e o Rubinho [Barrichello] me inspiraram muito a seguir nesse esporte. O Felipe liderou o automobilismo brasileiro e ainda lidera. Poder compartilhar a pista com alguém como ele será uma honra”, completou.
Será a primeira vez de Sette Câmara na categoria. Segundo ele, apesar de curta, a vivência na Fórmula E será importante no futuro. “Em geral, no automobilismo, as equipes sempre preferem pegar os pilotos que já estão naquele meio. Como os carros elétricos são muito diferentes, eu queria ter no currículo algum tipo de experiência que me ligasse à Fórmula E”, explicou.
“Eu não esperava [a chance] porque dou prioridade à função de reserva na F1 e aos compromissos na Super Fórmula [campeonato de automobilismo japonês], porque são contratos que eu já tinha assinado. Por conta da pandemia [do novo coronavírus], achava que seria impossível fazer as três coisas ao mesmo tempo, mas encaixou que essas corridas em Berlim não batem com nada [no calendário]”, emendou.
A maratona da Fórmula E será disputada entre quarta (5) e o próximo dia 13, sempre com dois dias de prova e dois de intervalo. A cada duas etapas, muda-se o layout da pista. Devido à pandemia de covid-19, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) aprovou a finalização do Mundial com portões fechados. A categoria informou que adota “rigorosas medidas de segurança”, como limite de mil pessoas no local de prova, testes e exames diários, uso de máscara, distanciamento social e restrição de movimento nos espaços de trabalho.
A temporada 2019/2020 foi paralisada em março, após as etapas de Arábia Saudita (duas), Chile, México e Marrocos. O português António Félix da Costa lidera o campeonato de pilotos com 67 pontos, 11 à frente do britânico Mitch Evans. Entre os brasileiros, Di Grassi é o quinto, com 38 pontos, e Massa é o 19º, com dois pontos.
Por causa da pandemia, nove provas do calendário original haviam sido suspensas, entre elas, a de Berlim, a única que foi retomada. Com isso, as corridas em Nova York (Estados Unidos), Sanya (China), Roma (Itália), Paris (França), Seul (Coreia do Sul), Jacarta (Indonésia) e Londres (duas corridas no Reino Unido) não serão disputadas nesta temporada.
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