As pequenas supermães campeãs do mundo

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Dani Freitas e Camila Brait encaram grandes desafios

As duas juntas somam três títulos mundiais representando o Brasil. Nasceram em cidades diferentes das quais residem atualmente. Além da qualidade técnica como atletas, também chamam a atenção pela beleza. E têm mais uma característica em comum: são consideradas baixinhas, o que não as impede de enfrentarem grandes desafios. Daniela Freitas, 46 anos, 1,63m, bicampeã mundial de bodyboarding, e Camila Brait, 31 anos, 1,68m, campeã mundial de vôlei feminino com o Osasco, terão um domingo diferente neste Dia das Mães em meio à pandemia do novo coronavírus.

Dani Freitas trocou o Rio de Janeiro por Oahu (Havaí) há 19 anos. Casada com o bodyboarder Lanson Ronquillo, ela tem dois filhos, Kainoa, 15 anos, e Kaila, que completa 18 anos na próxima segunda. “Ela foi meu presente de Dia das Mães em 2002. Nasceu no domingo, um presentão”, lembra com carinho. Camila Brait é de Frutal (Minas Gerais), mas aos 19 anos se mudou para Osasco (São Paulo) para seguir sua carreira como jogadora. Casada com o economista Caio Conca, tem uma filha, Alice, e depois de alguns anos vai poder estar com a mãe e a filha nesta data festiva: “Os jogos muitas vezes atrapalharam as comemorações do Dia das Mães, mas agora estaremos todas grudadinhas”.

A pandemia do novo coronavírus atrapalhou os planos da dupla. No Brasil e no Havaí o isolamento social tem sido arma importante no combate à propagação da covid-19. “Sem dúvida que será um momento diferente de outros anos, inclusive sem presente. Não comprei para minha mãe, e muito provavelmente não vou ganhar também”, diz Camila Brait, líbero do Osasco. “Na média da mulher brasileira, não sou tão baixinha com 1,68m, mas quando entro na quadra tenho companheiras de mais de 1,90m de altura. Para a posição que jogo, que exige muita mobilidade, o tamanho ajuda”, comenta a mineira, campeã mundial de clubes em 2012, em Doha (Catar).

Já Dani Freitas passa o Dia das Mães com o coração apertado. Em 2016 ela perdeu a mãe, Arlinda, e a saudade fica mais forte: “Mudou um pouco, sem dúvida. Mas a data é para ser de alegria, para que celebremos todas as mães do mundo. O amor de mãe é o maior de todos”. O Havaí, onde mora, é um dos estados americanos menos afetados pela covid-19, com menos de 20 mortes e cerca de 90% dos infectados já recuperados. Depois de se aposentar do Circuito Mundial de Bodyboarding, onde faturou os mundiais de 1996 e de 1997, Dani transformou-se em fisiculturista. E se com seu 1,63m de altura enfrentava ondas gigantes, passou a encarar atletas cheias de músculos muito definidos. “Talvez ser pequena me ajudasse no mar, porque era mais leve, manobrava com muita facilidade. No Figure, categoria do fisiculturismo, trabalho para desenvolver os músculos sem perder a feminilidade. Deu resultado e ganhei alguns títulos”, responde com o sorriso que era marca registrada nas praias de todo o mundo.

Enquanto Camila Brait precisa superar menos de 500 km, de Osasco (SP) a Frutal (MG), para encontrar os parentes, Daniela encara mais de um dia de viagem, de avião, para sair de Honolulu e chegar ao Rio de Janeiro. E mesmo vindo às vezes até quatro vezes por ano ao Brasil, não consegue diminuir a saudade que sente da cidade.

“Meu coração está no Brasil, onde minha família, meus amigos e minha raiz estão. Sempre senti uma falta incrível do meu lugar. O tempo só fez a saudade aumentar. Sinto falta da Barra da Tijuca, da comida, da padaria do bairro e do futebol, do meu Fluminense. Mas no Havaí nasceram meus filhos, é um lugar incrível que proporciona um estilo de vida bastante saudável para minha família. É a minha casa há 19 anos e por isso meu coração fica sempre dividido”, completa.

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