O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro prestou depoimento, neste sábado (02/05/2020), contra o presidente Jair Bolsonaro, na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba (PR). A oitiva, que começou por volta das 14h, durou cerca de 8 horas.
Durante o depoimento, o ex-juiz federal foi questionado a respeito das acusações de que Bolsonaro tentou interferir no trabalho da Polícia Federal e em inquéritos que envolviam familiares do presidente. As acusações foram feitas por Moro quando ele anunciou que sairia do comando da pasta.
O depoimento foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello, relator do caso, e foi colhido por delegados da PF e acompanhado por alguns procuradores que tiveram autorização do magistrado da Suprema Corte. Caso as acusações não forem verdadeiras, Sérgio Moro poderá responder na Justiça por denunciação caluniosa e crimes contra a honra.
O dia do depoimento também foi marcado por manifestações a favor de Moro, e de Bolsonaro. Os grupos se concentraram em frente à Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, desde o início da manhã deste sábado.
Houve um princípio de confusão entre os dois grupos. No entanto, a Polícia Militar (PM) conteve a situação. Os manifestantes estavam com bandeiras, carro de som e gritam palavras de ordem.
O presidente Jair Bolsonaro ainda não se manifestou sobre o depoimento. Na manhã de ontem, sábado, ele se referiu ao ex-ministro como “Judas”.
“Os mandantes estão em Brasília? O Judas, que hoje deporá, interferiu para que não se investigasse? Nada farei que não esteja de acordo com a Constituição. Mas também NÃO ADMITIREI que façam contra MIM e ao nosso Brasil passando por cima da mesma.”, questiona Bolsonaro.
Já Sérgio Moro, em publicação na manhã deste domingo (03/05), disse que “há lealdades maiores do que as pessoais.”
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