O Brasil bateu novo recorde de mortes em um dia em razão da pandemia do novo coronavírus, com 474. Segundo atualização do Ministério da Saúde divulgada nesta terça-feira (28/04/2020), o total subiu para 5.017, aumento de 10,4%. O acréscimo mais alto até então havia sido na quinta-feira (23), quando foram contabilizados 407.
O Brasil chegou a 71.886 pessoas infectadas. Nas últimas 24 horas foram adicionadas às estatísticas mais 5.385 casos, aumento de 8,1% em relação a ontem, quando foram registradas 66.501 pessoas nessa condição. Foi o segundo maior número em um dia, perdendo apenas para o sábado (25), quando foram acrescidos 5.514 novos casos ao balanço.
De acordo com o Ministério da Saúde, deste total, 34.325 estão em acompanhamento (48%) e 32.544 já foram recuperados, deixando de apresentar os sintomas da doença. Ainda são investigadas 1.156 mortes.
São Paulo se mantém como epicentro da pandemia no país, concentrando o maior número de falecimentos (2.049). O estado é seguido pelo Rio de Janeiro (738), Pernambuco (508), Ceará (403) e Amazonas (351).
Casos e óbitos por estado
CASOS CONFIRMADOS | ÓBITOS CONFIRMADOS | |
BRASIL | 71.886 | 5.017 |
ESTADO | CASOS CONFIRMADOS | ÓBITOS CONFIRMADOS |
Acre | 311 | 16 |
Alagoas | 777 | 36 |
Amapá | 918 | 28 |
Amazonas | 4337 | 351 |
Bahia | 2540 | 86 |
Ceará | 6918 | 403 |
Distrito Federal | 1213 | 28 |
Espírito Santo | 1874 | 64 |
Goiás | 661 | 27 |
Maranhão | 2528 | 145 |
Mato Grosso | 261 | 11 |
Mato Grosso do Sul | 240 | 9 |
Minas Gerais | 1649 | 71 |
Paraná | 1271 | 77 |
Paraíba | 633 | 53 |
Pará | 2262 | 129 |
Pernambuco | 5724 | 508 |
Piauí | 408 | 21 |
Rio Grande do Norte | 857 | 48 |
Rio Grande do Sul | 1286 | 45 |
Rio de Janeiro | 8504 | 738 |
Rondônia | 413 | 11 |
Roraima | 425 | 6 |
Santa Catarina | 1476 | 44 |
Sergipe | 280 | 11 |
São Paulo | 24041 | 2049 |
Tocantins | 79 | 2 |
São Paulo tem 224 mortes em 24h
O número de óbitos por coronavírus no estado de São Paulo cresceu 12%, com o registro de mais 224 mortes de ontem (27) para hoje (28). Com isso, o estado agora soma 2.049 mortes por coronavírus desde o início da pandemia.
Já o número de casos cresceu 11% em 24 horas, passando de 21.696 para 24.041. Segundo o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, a taxa de isolamento social no estado de São Paulo chegou ontem a apenas 48%. O isolamento social no estado tem diminuído nos últimos dias, o que ajuda a aumentar o número de casos e de óbitos e de ocupação de leitos hospitalares.
“Não há dúvida de que o contato social, o isolamento social, o distanciamento social menor [abaixo de 50%, valor considerado satisfatório pelo governo], são casos a mais e, casos a mais significam óbitos a mais. Estamos trabalhando em alerta amarelo. A taxa de ontem foi de 48%. Mais uma vez descemos abaixo de 50%. Isso é muito perigoso e temos que reverter esse quadro”, disse o secretário. A taxa considerada ideal é acima de 70%.
“Se temos isolamento social de 50% a mais, você tem impacto na curva de infectados, de doentes e de óbitos. [Com] menos que isso é muito difícil. Quanto mais isolamento, melhor”, disse o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo.
Há ainda 1.437 pessoas internadas em unidades de terapia intensiva (UTIs) e 1,8 mil em enfermarias. A taxa de ocupação de leitos no estado chegou a 61,6% em UTIs e 44,5% em enfermarias. Na Grande São Paulo, o número é muito superior e preocupa o governo: a taxa de ocupação em UTIs está em torno de 81% e é de 70% em enfermarias.
“A taxa de ocupação nas nossas UTIs está chegando a mais de 80%, o que passa a ser um dado de risco. Um dado ideal de segurança de UTI é que ele fique sempre abaixo desse número”, afirmou o secretário municipal da Saúde de São Bernardo do Campo, Geraldo Reple. “A média de permanência de um doente com covid-19 positivo em uma UTI é de mais de 15 dias. Isso quer dizer que, em um leito de UTI, é possível colocar dois pacientes por mês. Então, estamos chegando em um limite altamente perigoso”, acrescentou.
Interior
Segundo o professor Carlos Fortaleza, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Botucatu e membro do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, os casos de coronavírus estão se alastrando pelo interior do estado. “Existe uma sensação no interior de que ele é protegido. Isso de fato não é real”, disse Fortaleza, citando um estudo segundo o qual o coronavírus tem saído da capital e chegado ao interior por “rotas de disseminação ao redor da capital e pelas grandes rodovias do estado”.
“O que identificamos basicamente são dois fatores. Um deles é a população, que tem a ver com densidade demográfica, relevância regional e conectividade entre municípios. Os municípios que têm mais essa característica, não importa se sejam distantes da capital, eles têm um risco até cinco vezes maior [de casos de coronavírus] do que os demais municípios. E há também o fator distância: o risco imediato é 25% menor a cada 100 quilômetros que se distancia da capital”, acrescentou o professor.
O infectologista David Uip alertou que a sensação de que a epidemia do coronavírus não chegou até o interior é falsa. “Há difusão evidente da epidemia no interior. E ela está atrasada em relação ao município de São Paulo e à região metropolitana mais ou menos em duas semanas. Isso por conta das medidas de afastamento social e confinamento que foram adotadas precocemente no estado de São Paulo”, disse.
Em entrevista à imprensa no início da tarde de hoje, Uip enfatizou que, até o dia 10 de maio, “não há qualquer possibilidade” de as prefeituras do interior determinarem o relaxamento das medidas de quarentena e isolamento social.
Além disso, o governo de São Paulo já anunciou um plano para a retomada gradual das atividades não essenciais, que estão fechadas desde o início da quarentena, em 24 de março. No entanto, disse Uip, esse relaxamento, só poderá ocorrer se a taxa de isolamento no estado se mantiver satisfatória, acima de 50%, e se a taxa de ocupação de leitos não estiver alta.
Coronavírus no mundo
Informações extraídas às 19h45 desta terça-feira, 28/04/2020, do sistema de monitoramento da Universidade Johns Hopkins.
CASOS CONFIRMADOS | ÓBITOS | RECUPERADOS | |
Mundo | 3.110.219 | 216.808 | 923.724 |
PAÍS | CASOS CONFIRMADOS | ÓBITOS | RECUPERADOS |
Estados Unidos | 1.010.717 | 58.365 | 115.372 |
Espanha | 232.128 | 23.822 | 123.903 |
Itália | 201.505 | 27.359 | 68.941 |
França | 169.052 | 23.694 | 46.394 |
Inglaterra (Reino Unido) | 162.350 | 21.745 | 813 |
Alemanha | 159.431 | 6.215 | 117.400 |
Turquia | 114.653 | 2.992 | 38.809 |
Rússia | 95.558 | 867 | 8.456 |
Irã | 92.584 | 5.877 | 72.439 |
China | 83.938 | 4.637 | 78.403 |
Brasil | 71.886 | 5.017 | 32.544 |
Canadá | 50.932 | 2.976 | 19.054 |
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