O período de quarentena tem exigido dos empreendedores novas estratégias para manter os negócios. Uma pesquisa realizada pela Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas mostrou que 89% das micro e pequenas empresas estão sendo negativamente afetadas pela crise do coronavírus.
E é neste cenário de pandemia que três empreendedoras da capital mineira têm buscado alternativas para driblar o momento de crise. Uso das plataformas digitais, negociação com fornecedores e férias coletivas são algumas das estratégias adotadas.
Novas ideias de mercado
A psicóloga Juliana Lobo, que há cinco anos possui um consultório próprio, passou também a realizar atendimentos de forma online. Segundo a empreendedora, com o isolamento social tem buscado migrar os atendimentos presenciais para o ambiente digital. Ela conta que precisou mostrar aos clientes que os serviços iam continuar, mas de uma forma diferente.
Além dos atendimentos, a psicóloga percebeu uma demanda por parte de pais que a procuravam para ajudá-los a trabalhar com as crianças em casa neste período de quarentena. “Pelas redes sociais, recebia dúvidas de pais preocupados por não saberem o que fazer com os filhos em casa. Não é fácil prender a atenção das crianças. Comecei a disponibilizar conteúdos gratuitos voltados para as emoções, principalmente a ansiedade, e deu muito resultado”, destaca.
Em meio aos desafios da crise, a psicóloga também identificou a oportunidade de atuar com consultoria. Desde então, Juliana tem produzido vídeos e comercializado e-books para crianças, adultos, idosos e profissionais da saúde. Ela ainda participa de grupos de psicólogos que oferecem acolhimento gratuito aos profissionais de saúde envolvidos com a pandemia.
Fortalecer o relacionamento com o cliente
Diante do impacto econômico causado pela Covid-19, principalmente nos pequenos negócios, Letícia Novais, proprietária da Let’s Sports, tem buscado aumentar o relacionamento com os clientes do bairro Grajaú. Há oito anos, a loja de artigos esportivos possui uma clientela bastante fiel.
“O nosso público é bem local. Neste período de pandemia, temos nos dedicado às redes sociais, marketplace, voucher de compra com bônus, delivery próprio e com entrega gratuita para alguns bairros, além do fortalecimento da nossa relação com o cliente”, conta.
Ela ressalta que, por ser uma loja de bairro, consegue identificar bem o perfil dos clientes e utiliza isso a seu favor. A cada 10 dias, liga ou envia mensagens com conteúdos de interesse específicos de cada cliente. Depois de adotar essa estratégia, Letícia conta que percebeu um aumento na procura pelos produtos enviados como sugestão à clientela.
“Também convidamos clientes que são personal trainers para darem aulas pelas lives das nossas redes sociais. Elas são direcionadas para as pessoas que estão em casa, para estimular a prática de atividade física. Produtos como elástico, cordas e colchonetes estão saindo bem nesse período em que as pessoas estão se exercitando em casa”, comenta.
Assim como em vários negócios, a empreendedora precisou negociar o aluguel da loja com o proprietário, prorrogou boletos e deu férias para as suas duas funcionárias. “A crise vai ensinar o brasileiro a pensar na saúde financeira, a valorizar a reserva de emergência e a importância do fluxo de caixa, finaliza.
A tecnologia a nosso favor
Entre as alternativas encontradas para amenizar a distância física em tempo de quarentena estão as lives. Esta foi a forma encontrada pela empreendedora Danniele Paiva para se reunir com as crianças do Berçário Aconchegos. A proprietária do espaço, que é um local de brincadeiras e desenvolvimento para crianças de quatro meses a três anos, encontrou na tecnologia uma aliada.
“Esta é uma faixa etária de difícil concentração. As aulas precisam ser objetivas, de no máximo 40 minutos, com atividades lúdicas. Utilizamos as lives para promover os encontros entre as crianças. Também enviamos vídeos para os pais ensinando eles a fazerem as brincadeiras com os filhos, explica.
Já na parte financeira, o que prevalece é a negociação. Danniele conta que os pais que continuarem em dia com as parcelas não precisarão pagar pela colônia de férias realizada nos meses de julho e dezembro. Também foi preciso negociar o aluguel do espaço, dar férias para oito funcionários e reavaliar, a cada 15 dias, as estratégias adotadas.
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