A tricomoníase é uma Infecção Sexualmente Transmissível causada por um protozoário. É detectada com mais frequência na genitália feminina e causa corrimento amarelado, amarelo-esverdeado ou acinzentado, além de mau cheiro. O problema é que a pessoa infectada pode não apresentar sintomas.
Quando ocorre no homem, pode ser transmitido às parceiras involuntariamente. Segundo Antônio Pereira-Neves, biólogo e pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz, embora a infecção seja comum e curável, a tricomoníase pode causar sérios danos em longo prazo.
“Tem vários agravamentos. Um deles, que é um dos mais conhecidos, é o câncer cervical. A doença pode provocar, aumentar as chances de câncer cervical, câncer de colo de útero e, nos homens, foi descoberto agora, recentemente, a partir de 2017, de que a trichomonas também pode provocar câncer de próstata muito agressivo. E, além disso, a doença também está associada ao aumento do risco de contaminação pelo vírus HIV. Aumenta em torno de 3 a 6 vezes a chance de contaminação por este vírus e de outras doenças infecções sexualmente transmissíveis, como a sífilis.”
Em gestantes, a tricomoníase pode levar ao parto prematuro e as crianças podem nascer com algumas deficiências cognitivas. Tanto no homem quanto na mulher, há risco de a infecção causar infertilidade temporária ou até mesmo permanente. Pereira-Neves alerta sobre o caráter assintomático da IST e que, por isso, não costuma entrar no rol dos exames.
“As pessoas não apresentam nenhuma manifestação clínica, nem as mulheres. Os homens praticamente todos são assintomáticos e as mulheres, cerca de 70%, não têm nenhuma manifestação clínica. E aí que mora o perigo porque o fato de não ter a manifestação clínica, não significa que o parasito está quieto, Ele está lá no aparelho urogenital, continuando a destruir o epitélio e a provocar, a longo prazo, esses efeitos mais graves.”
O melhor método de se prevenir é usar preservativo nas relações sexuais. Sem camisinha, você assume esse risco. Use camisinha e se proteja da tricomoníase e de outras ISTs, como HIV e hepatites. Para mais informações, acesse saude.gov.br/ist.
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