O desabafo de uma criança de nove anos, vítima de estupro coletivo, à diretora do colégio em que ela estuda em Manhuaçu, na Zona da Mata, na última quinta-feira (29) levou policiais civis e militares até J.V.D, de 18, suspeito de violentar a menina em companhia de pelo menos dois amigos. O jovem foi preso na manhã desse sábado (01/12/2018). Os crimes seriam praticados desde que a garota tinha sete anos, em 2016, segundo relato da vítima.
De acordo com o delegado Felipe Caldas, responsável pelo caso, uma professora notou mudanças no comportamento da menor na última quinta-feira (29). “Pela dificuldade de sentar, ela foi chamada para uma conversa e revelou ter sido estuprada por um rapaz alguns dias antes”.
A Polícia Militar (PM) foi acionada pela diretoria. “O suspeito foi localizado e encaminhado para a delegacia de Polícia Civil”, conta o delegado.
Ainda segundo Caldas, a criança foi encaminhada a um hospital da cidade. No local, foram constatadas lesões. “Os médicos disseram que ela tinha muitos machucados nos órgãos genitais e um corrimento característico de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Ela foi medicada como manda o protocolo”, revelou.
Na delegacia, ainda na quinta-feira, o suspeito foi ouvido e liberado por estar fora do período de flagrante, o que motivou o delegado a pedir a prisão temporária do jovem. “No sábado (1), nossa equipe foi à residência do suspeito e o prendemos temporariamente”, contou Caldas.
Preso, o homem revelou detalhes do crime. “Ele assumiu e ainda disse que foi um estupro coletivo, praticado por ele e mais dois adolescentes de 15 e 16 anos”, disse.
O delegado dá detalhes sobre como os criminosos agiam. “Ele narrou em detalhes que o estupro se deu por diversas vezes nos últimos dois anos. Os autores a levavam para um campinho no bairro São Jorge, onde vinha acontecendo isso, sempre contra a vontade dela. Eles tampavam a boca da criança, pois ela gritaria durante o ato e introduziam objetos diversos, até mesmo um galho de árvore foi introduzido no ânus da menina”, afirmou. Aos policiais, o suspeito assumiu que fazia ameaças à menina caso ela contasse a alguém sobre os estupros.
Os amigos do criminoso que teriam participação no estupro não foram encontrados. “Continuamos as investigações para encontrar todos os envolvidos. Queremos entender qual o papel de cada um no crime e quantas vezes aconteceram esses estupros. Nesta segunda-feira (3), a menina vai ser encaminhada para os órgãos de assistência social e psicológica”, detalhou o delegado.
Segundo a Polícia Civil, as investigações seguem a cargo da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher. A delegada da unidade terá 10 dias de prazo para concluir o inquérito e solicitar, caso avalie como necessária, a prisão preventiva do suspeito.
Suspeito de envolvimento no estupro foi preso (Foto: PCMG/Divulgação)
Delegado pede que família acompanhe filhos de perto
Segundo o delegado Felipe de Ornelas Caldas, a família tem um papel fundamental em acompanhar e identificar sinais de mudanças no comportamento e temperamento das crianças. “A menina era vítima há dois anos e somente agora as professoras perceberam que ela tinha mudanças físicas em razão do trauma. É preciso saber com quem o filho anda, por onde ele vai. O diálogo é fundamental. Se identificar quaisquer sinais que indiquem um crime, procurem a polícia”.
Repercussão nas redes sociais
Nas redes sociais, a prisão do suspeito repercutiu entre os internautas que demonstravam revolta com o crime. Em uma postagem uma mulher escreveu “Tem que ficar preso pro resto da vida… deixa o povo linchar um verme desse”. Um homem comentou: “Tomara que a justiça não falhe. Tem que ficar preso, desgraçado”. Um jovem chegou a ameaçar o suspeito, caso ele fique em liberdade. “Que fique na cadeia, porque aqui fora tem muitos para te pegarem, seu maldito”.
Suspeito pode ter atraso mental
Também por meio das redes sociais, um internauta postou fotos da prisão do suspeito com os dizeres “É muito triste essa situação, mas o rapaz tem problemas de atraso mental, não tem um pingo de juízo, provavelmente vai ter a pena convertida em tratamento”.
De acordo com o delegado Felipe Caldas, o jovem não apresenta necessidades especiais. “A família afirma que ele tem um problema mental, mas é um indivíduo articulado, frio e que não demonstra arrependimento. As investigações continuam e se houver algum transtorno, será diagnosticado”, afirmou.
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(Fonte: O Tempo)