Índios enfrentam surto de virose no Vale do Mucuri

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Os índios maxacalis estão enfrentando um surto de diarreia nas aldeias de Pradinho e Água Boa, nos municípios de Bertópolis e Santa Helena de Minas, respectivamente, no Vale do Mucuri. Os casos começaram a ser registrados no último dia 14 e a situação está controlada na aldeia de Pradinho, mas segue crítica em Água Boa. Um óbito de uma criança da aldeia Pradinho foi confirmado, por conta da virose; uma outra criança morreu, mas as causas ainda estão sendo investigadas. As informações são da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Teófilo Otoni, divulgadas nessa terça-feira (30).

De acordo com a SRS, são 197 casos de índios que apresentaram os sintomas da virose. Em Pradinho, foram 110 casos diarreia, sendo que 45 foram internados nos hospitais. Já na aldeia de Água Boa foram 87 casos, com 30 internações. Até essa terça, 20 indígenas continuavam internados em três hospitais: 13 em Machacalis, 6 em Águas Formosas e um em Teófilo Otoni.

Segundo a superintendente do SRS, Márcia Elizabeth Alves Ottoni, a causa do surto ainda está sendo analisada. “A investigação está sendo feita pelo número total de casos, coleta de material para exames na Fundação Ezequiel Dias (FUNED), coleta de fezes, por ser um surto de diarreia e da água dos principais mananciais e reservatórios”.

Os hábitos e costumes de higienização dos indígenas são fatores que colaboram para a propagação desse tipo de surto nas aldeias. “A cultura, os hábitos de higiene, alimentação, acabam dificultando e colaborando para a proliferação de doenças diarreicas, de veiculação hídrica e alimentar”, explicou a superintendente da SRS, que afirmou também que a situação nas aldeias já está controlada.

Crianças na Aldeia de Pradinho — Foto: Márcia Ottoni/Arquivo Pessoal

O que diz o Ministério da Saúde

Em nota, o Ministério da Saúde, através da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), informou que as investigações apontam para uma virose, mas confirmou que a morte de uma criança foi causada pela doença; o outro caso está “em análise”, diz a nota.

O órgão informou ainda que “trabalha com um plano de contingência para atendimento médico dos pacientes da Aldeia Pradinho, localizada no Nordeste de Minas Gerais, área indígena atendida pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Minas Gerais e Espírito Santo (DSEI) desde o dia 18 de outubro, quando foi constatado um aumento de casos de diarreia”.

Ainda de acordo com a nota, foram disponibilizados dois carros com técnicos de enfermagem “que trabalham na busca ativa dos casos de diarreia em todas as casas da aldeia”. Os casos identificados são encaminhados para atendimento médico e as crianças recebem medicação. A criança também é observada no Programa de Recuperação Nutricional Maxakali, onde recebe alimentação e hidratação oral, seguindo planos de manejo de diarreia orientados pelo Ministério da Saúde.

No comunicado, o Ministério da Saúde informa que a “superintendência de saúde da macrorregional de Teófilo Otoni disponibilizou uma equipe em alerta para viabilizar o giro de leito e as transferências necessárias. Além disso, o SAMU do município disponibilizou uma unidade básica móvel para atendimento, via acionamento 192, nas aldeias e nos hospitais da cidade. Foram disponibilizados também pela gestão municipal, em apoio ao DSEI, mais quatro técnicos de enfermagem e remanejados técnicos para os hospitais Cura D’ars, São Vicente de Paula e dois técnicos para suporte na aldeia Água Boa”.

A aldeia Pradinho tem uma população estimada em 958 indígenas, já em Água Boa, a população é de 843 índios.

Aldeia de Pradinho — Foto: Márcia Ottoni/Arquivo Pessoal

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(Fonte: G1 Vales)

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