O presidente da Petrobras, Ivan Monteiro, disse ontem (27/09/2018), que a estatal recuperou R$ 300 bilhões em valor de mercado, após uma alta de 6,29% nas ações da empresa na BM&F Bovespa nessa quinta-feira. “Quando lá chegamos [a Petrobras] valia R$ 60 bilhões”, disse.
Monteiro explicou que a alta nas ações da companhia é decorrência do acordo fechado pela estatal com autoridades dos Estados Unidos para encerrar as investigações naquele país sobre os prejuízos causados a investidores em função de desvios cometidos na empresa conforme apontou a Operação Lava Jato.
A estatal foi acusada de violar leis norte-americanas ao fazer manobras de registros contábeis e demonstrações financeiras que resultariam em pagamento de propinas a diretores, políticos e partidos no Brasil.
As declarações foram feitas durante o encerramento do Rio Oil & Gas 2018, no RioCentro. Se dirigindo ao presidente Michel Temer, que participou do evento , Monteiro pediu licença para quebrar o protocolo e ver no celular que o mercado já estava fechado e dar a confirmação da alta.
Procedimentos
Segundo Monteiro, o acordo assinado nos EUA reconhece as ações do programa de conformidade, controles internos e procedimentos contra a corrupção que foram adotados pela Petrobras após as denúncias.
O executivo disse que a estatal retomou a sua capacidade de investir. “Presidente, não temos mais sofrência na Petrobras. A crise acabou”.
Monteiro disse que a Petrobras está finalizando estudos para a continuidade de investimentos no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que, para ele, é um importante empreendimento para aumentar a capacidade de refino no Brasil.
Recuperação da economia do Rio
O governador Luiz Fernando Pezão comemorou a recuperação do setor de óleo e gás e o momento de transformação do país e do estado do Rio. Na visão dele, a crise mostrou que a economia fluminense precisa se diversificar para não ficar tão dependente do petróleo, mas ponderou que o setor vai permanecer com intensa participação nas atividades econômicas do estado.
Segundo Pezão, em período recente, três setores economicamente importantes para o estado caíram dramaticamente. Além de sofrer os impactos da queda nos últimos anos dos preços do petróleo no mercado internacional, o Rio de Janeiro sentiu o declínio dos polos automotivo e siderúrgico. “Foi uma tempestade perfeita que atravessamos”, disse.
Pezão disse que, faltando três meses para o fim do seu mandato, pode dizer que deixará o legado de ter recolocado o estado no caminho do equilíbrio fiscal e financeiro. “Com um ano de vigência desse plano, sairmos de 72% de comprometimento da folha de pagamento com a receita, de atingirmos, agora em setembro, um ano depois do plano de recuperação, 46%. Reduzimos 26 pontos percentuais, reduzindo cargos, cortando despesas. Voltamos ao custeio de 2009”.
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(Fonte: Agência Brasil)