A obrigatoriedade do uso de simulador de direção e de câmeras nos carros para monitorar os exames de rua para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) deve encarecer o curso de formação de condutores em até R$ 255 no ano que vem.
Com a medida, que terá que ser adotada por todas as autoescolas do país, o candidato sentirá no bolso o peso de um reajuste de até 17% em relação ao preço atual, que varia de R$ 1.300 a R$ 1.500 (todo o processo) para a categoria B (carro). O custo poderá chegar a quase R$ 2 mil. A previsão é do presidente do Sindicato dos Proprietários de Centro de Formação de Condutores do Estado de Minas (SIPROCFC-MG), Rodrigo Fabiano da Silva.
Ele tenta negociar junto ao Detran-MG e ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran) a instalação de uma sala fora das autoescolas para as aulas no simulador de direção, o que reduziria o aumento a ser repassado aos alunos.
“O equipamento custa R$ 40 mil. Se tivermos que instalar um ou mais em cada autoescola, tirar carteira poderá ficar ainda mais caro”, alerta, destacando que a parceria entre asContagem regressiva
O prazo para adequação dos CFCs, que já foi prorrogado por seis meses, vence em janeiro de 2014. Serão cinco aulas de 30 minutos com conteúdo didático, como conceitos básicos de condução, marchas, aprendizado de circulação em avenidas, curvas, estradas, vias de tráfego, regras de segurança, congestionamento e em situações climáticas e de risco. Os futuros motoristas só poderão utilizar o simulador após cumprir a carga relativa às aulas teóricas e técnicas, e antes de fazer o exame de legislação.
De acordo com o presidente do sindicato, o Detran também quer aumentar a quantidade mínima de horas-aula de direção. Hoje, são obrigatórias 20, número que deve passar para 40. Com isso, o candidato gastaria o dobro. Atualmente, o valor do pacote com 20 aulas (para carro de passeio) gira em torno de R$ 800. O uso de câmeras em exames de direção, segundo Silva, começou a ser testado em setembro. Cerca de 150 alunos já fizeram baliza e circuito de trânsito monitorados pelo sistema, que grava as imagens e o áudio. Segundo ele, a ideia é dar “transparência” às provas e evitar situações como subornos para compra de carteira.
“Após a nova regra ser regulamentada pelo Detran-MG, o que deve acontecer em dezembro, todos os carros de autoescolas terão que receber as câmeras”, afirma. A assessoria de imprensa do Detran informou que o delegado responsável pela área não iria comentar o assunto.
Equipamentos ajudam, mas não mudam o motorista
Para o especialista em trânsito Frederico Rodrigues, a exigência de um simulador de direção e a instalação de câmeras de monitoramento nos carros de exames podem ajudar os candidatos no dia a dia no trânsito. “Todo esforço é benéfico. Infelizmente, existe uma inversão de conceitos sobre o papel dos centros de formação na educação para o trânsito”.
Para o especialista, as autoescolas capacitam para o ato de dirigir, mas não criam nem alteram condutas pessoais. “Somente a educação permanente pode proporcionar uma mudança de comportamento em relação ao trânsito. São valores que se aprende desde pequeno, na escola e na família”.
Rodrigues diz que os equipamentos podem fazer a diferença diante, por exemplo, da dificuldade de parar o carro em uma subida. “Os futuros condutores podem treinar, sem risco de acidentes, quantas vezes forem necessárias”.
Formação aprimorada
Na próxima segunda-feira, o Sindicato dos Proprietários de Centro de Formação de Condutores de Minas Gerais (SIPROCFC-MG) promoverá o 9º Seminário de Gestão e Educação no Trânsito para CFCs. O evento vai acontecer no Grande Teatro do Sesc Palladium, em BH.
Serão discutidos assuntos pertinentes ao processo de habilitação, educação no trânsito e legislação. O evento também servirá para repassar conhecimentos pedagógicos e gerenciais a serem implantados na rotina administrativa das autoescolas. empresas seria a melhor solução.
Fonte: HD
