Manifestações racistas sobre Lei Áurea se propagam após incêndio em museu

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Enquanto pesquisadores, professores e estudantes tentam direcionar o olhar da população para importância da cultura e da educação, há quem aproveite a destruição do Museu Nacional para propagar piadas sobre o assunto e, inclusive, manifestações racistas.

Circula no WhatsApp um áudio direcionado aos negros acerca do documento da Lei Áurea, um dos mais importantes da história do país. No áudio, um homem diz que o documento estava no Museu e foi queimado – perdendo a validade.

“Avisar nossos amigos moreninhos aí do grupo que o incêndio no museu do Rio de Janeiro…a carta lá queimou, a carta da princesa Isabel queimou, a Lei Áurea queimou. Agora vocês vão entrar no cacete (sic)”, diz o áudio.

A manifestação viralizou e também chegou por mensagem de texto para diversos usuários da rede.

A situação mostra o racismo na sociedade brasileira e também a desinformação sobre o que foi perdido no museu.

O documento assinado pela princesa Isabel em 1888 está preservado no Arquivo Nacional, também no Rio de Janeiro. Para se ter uma ideia, os dois locais estão a 5,8 quilômetros de distância.

O Arquivo Nacional precisou emitir uma nota sobre o assunto no final da tarde de terça-feira (4) para evitar confusão. “A notícia que está sendo veiculada a respeito do original da Lei Áurea ter sido destruído no incêndio que atingiu o Museu Nacional no domingo é falsa. A Lei Áurea faz parte do acervo do Arquivo Nacional e encontra-se guardada e preservada na instituição. Seu fac-símile pode ser conferido na mostra ”130 anos da Abolição da Escravatura” disponível até o final de setembro de 2018, de segunda a sexta, das 9h às 18h, na sede do Arquivo Nacional”, diz trecho da nota.

Jornal de 1888 fala sobre Abolição da Escravatura (Foto: Arquivo Nacional/Divulgação)

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(Fonte: O Tempo)

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