As atividades operacionais da Anglo American estão paralisadas desde ontem (29/03/2018) e assim permanecerão por pelo menos mais um mês enquanto a empresa realiza os testes de segurança necessários para garantir a integridade do mineroduto do Minas-Rio, que percorre 529 quilômetros entre Conceição do Mato Dentro (MG) e o porto do Açu, em São João da Barra (RJ). “A decisão foi tomada em função do vazamento ocorrido ontem no mineroduto da empresa, em ponto 400 metros à frente do anterior, na Estação de Bombas 2, em Santo Antônio do Grama (MG). O evento durou entre cinco e oito minutos. Não houve feridos”, explica o presidente da empresa, Ruben Fernandes.
“Desde a noite da terça-feira (27/3), A Anglo American vinha, aos poucos, retomando a operação do mineroduto. Para operar com a capacidade total, seriam necessários três dias (72 horas). O segundo incidente muda o plano de inspeção, que agora passa a ser muito mais minucioso”, explica Fernandes. Segundo ele, diante do ocorrido, a prioridade é rastrear os 529 quilômetros do mineroduto. O processo será feito com um equipamento de ultrassom (PIG Instrumental) que percorrerá toda a extensão interna da tubulação.
A falha foi detectada por uma equipe que fazia a inspeção em campo, que imediatamente comunicou o ocorrido à Sala de Controle do mineroduto, estancando o vazamento. Ao mesmo tempo, um morador vizinho do empreendimento comunicou o fato ao Fale Conosco da empresa.
Dessa vez, cerca de 174 toneladas de polpa de minério, composta por 30% de água e 70% de minério – e considerado material não-perigoso pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) -, chegaram ao ribeirão Santo Antônio do Grama. O evento tem proporções menores do que o do dia 12/3, no qual foram despejadas no ribeirão 300 toneladas de minério, o equivalente a um caminhão fora de estrada.
Com a operação paralisada, a empresa dará férias coletivas a parte dos empregados da operação, especialmente os da mina e da planta de beneficiamento, em Conceição do Mato Dentro. “A decisão está sendo conversada com os órgãos competentes e negociada com o Sindicato. Todas as equipes e equipamentos responsáveis por garantir a integridade das operações permanecerão trabalhando”.
Os impactos do evento são considerados 100% mitigáveis. Hoje, existem 36 barramentos no córrego Santo Antônio do Grama e uma equipe de mais de 200 pessoas continua a retirar a polpa de minério da calha do rio e de suas margens. “Os trabalhos de contenção e limpeza da calha do córrego estão sendo intensificados. Além disso, o fornecimento de água do município está garantido, uma vez que a água que abastece a cidade passou a ser captada no ribeirão Salgado por uma adutora construída pela empresa em parceria com a Copasa”, informa Fernandes.
A empresa está em permanente diálogo com as famílias das propriedades vizinhas ao incidente, que vêm sendo assistidas em todas as suas necessidades. Ontem, a Anglo American foi notificada pelo IBAMA, que solicitou a paralisação das atividades, decisão que já havia sido tomada pela companhia. A notificação ainda afirma que a retomada só deverá ocorrer após laudo técnico de profissional habilitado.
O presidente da empresa, Ruben Fernandes (Foto: Marcus Desimoni/Divulgação Anglo American)
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