Filha de deputado mineiro e outros dois brasileiros são presos em zona de mineração no Zimbábue

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Três brasileiros foram presos ontem (10/11/2017) no distrito de Mutare, a cerca de 270 quilômetros de Harare, capital do Zimbábue, quando participavam de um evento no país. Segundo informações da Plataforma Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Dhesca), ligada à Unesco, e que atua na defesa dos direitos humanos, eles foram detidos com mais 22 pessoas de cinco países africanos quando participavam de atividade sobre exploração de minérios em comunidades e levados por policiais locais para uma delegacia.

O Ministério de Relações Exteriores informou à Agência Brasil que recebeu a informação sobre a prisão e acionou a embaixada brasileira em Harare, que está apurando os fatos.

De acordo com a Plataforma Dhesca, foram presos o frei Rodrigo Péret, da Comissão Pastoral da Terra de Uberlândia (MG), além de Maria Julia Gomes Andrade (filha do deputado estadual Durval Ângelo) e Jarbas Vieira, do Movimento pela Soberania Popular na Mineração e membros da secretaria do Comitê em Defesa dos Territórios Frente à Mineração.

Ainda de acordo com a Dhesca, os policiais locais alegaram que a prisão foi motivada porque o grupo estaria violando uma área de propriedade privada, pertencente a uma mineradora chinesa que explora diamante na região.

Maria Júlia Gomes Andrade durante o Seminário sobre Marco Regulatório da Mineração na Câmara dos Deputados (Foto: Reprodução Site CNTI – Conferação Nacional dos Trabalhadores na Indústria / registrada em maio de 2015)

Filha do deputado estadual Durval Ângelo

De acordo com o deputado estadual Durval Ângelo (PT-MG), os parentes dos detidos só foram informados do ocorrido no final da tarde de ontem. Ele conta que um advogado da região, ligado ao movimento, fez contato com os familiares aqui no Brasil.

Segundo Durval, no relato feito por esse advogado que está ajudando a intermediar a situação, ele relatou que nenhum deles está ferido e passam bem. Mas permanecem impedidos de sair da delegacia, apesar de não ter nenhuma acusação formal contra eles. O grupo participava de atividade de intercâmbio do Diálogo dos Povos Brasil e América Latina.

“Eles (os policiais) chegaram ao local, separaram os estrangeiros e os colocaram em um ônibus e levaram para a delegacia. Minha filha disse que eles ficaram no corredor por cerca de oito horas sem comunicação. Eles não disseram qual o motivo da prisão”, contou.

A região de Marange, onde os ativistas estavam, é conhecida por ter reservas de diamantes. As licenças de exploração dessas reservas foram ampliadas recentemente, o que está gerando conflitos na região. Isso porque moradores estão sendo retirados dessas regiões que possuem importância histórica e religiosa para eles e levados para outros locais.

Ainda segundo Durval Ângelo, a principal preocupação é o fim de semana, que pode provocar o atraso nas conversas para liberação.

Durval afirmou ainda que um advogado e um tradutor, encaminhados pela embaixada, estão a caminho de Mutare, para intermediar as negociações, mas como a cidade fica a quase 300 km da capital, a previsão é que ele chegue apenas neste sábado ao local.

O deputado também disse que a filha é professora e tem atuação no movimento de atingidos por barragens. No país africano, mais de 80% das pessoas sofre com o desemprego e por isso acaba fazendo bico na área de mineração. A atuação de Maria Julia é no intuito de auxiliar nas áreas de barragem, já que é especialista.

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(Fonte: Estado de Minas e Estado de Minas)

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