Após seis meses de investigação, a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-MG), coordenada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), deflagrou nesta quinta-feira (9/11) a Operação Transformers, que desarticulou uma organização criminosa especializada na receptação de peças furtadas ou roubadas de veículos.
A ação teve como foco uma empresa recuperadora de caminhões com atuação nacional, que se auto-intitula a segunda maior do Brasil. Instalada em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, está há 20 anos no mercado e apresenta grande movimentação financeira, sem comprovar qualquer lastro contábil ou tributário para isso.
O trabalho foi realizado em parceria com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Administração Prisional e Receita Estadual. De forma integrada, a operação busca coibir o número de veículos furtados ou roubados em Uberlândia e no Brasil.
“A FICCO está levantando a origem do dinheiro produzido por um viés criminoso. No caso da receptação, por exemplo, resulta de diversos crimes violentos, como roubo, furto e latrocínio”, conta o coordenador de Integração de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança Pública, Danilo Emanuel Salas.
Ao todo, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão, dois de prisão preventiva contra os donos da empresa, sete de prisão temporária e dez de condução coercitiva. A equipe apreendeu 28 veículos e uma lancha, bloqueou 10 contas bancárias e sequestrou um imóvel. Durante a operação foi efetuada também uma prisão em flagrante do caseiro do imóvel, após a localização de uma arma de fogo sem registro.
Na sede da firma, um galpão de 20.000m², a equipe localizou inúmeras peças da linha de reposição com sinais de identificação suprimidos. “Vamos fazer um levantamento para identificar o que é lícito e o que é ilícito. As notas fiscais têm que combinar com essas peças e já verificamos que várias não possuem esse ajuste”, destacou o delegado chefe da Polícia Federal em Uberlândia, Carlos Henrique D’Ângelo.
Apesar de movimentar, mensalmente, mais de R$ 1 milhão, o pagamento de tributos dessa empresa era praticamente insignificante e mais de 90% das notas fiscais provenientes de empresas fantasmas de São Paulo, que forneciam notas fiscais falsas para acobertar essas mercadorias e dar um ar de suposta regularidade. O esquema resultou em uma sonegação milionária.
Além da receptação e da sonegação fiscal, com previsão inicial de aplicação de multas de R$ 10 milhões, há também o crime de lavagem de dinheiro, já que os donos da empresa praticamente não apresentam bens patrimoniais em seus nomes, mas em nomes de laranjas, que também foram detidos.
Na sede da firma, a fiscalização localizou inúmeras peças da linha de reposição com sinais de identificação suprimidos (Foto: Omar Freire/Imprensa MG/Agência Minas)
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(Fonte: Agência Minas)