Familiares dizem que fisiculturista foi assassinado por seguranças em boate de BH

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Permanecem obscuras para a polícia as circunstâncias da morte de um rapaz de 25 anos, ocorrida na madrugada deste sábado (02/09/2017), na boate Hangar 677, no bairro Olhos D’água, na região Oeste de Belo Horizonte. De acordo com militares da 126ª Cia. do 5º Batalhão da Polícia Militar da capital, há duas versões para o caso. Os organizadores do evento alegam que Allan Guimarães Pontelo foi encontrado com drogas e que, ao ser abordado pelos seguranças, ficou exaltado, e teve um ataque cardíaco. Já um dos amigos da vítima alegou que os funcionários da boate forçaram a saída dele do local. A vítima, que era fisiculturista, estava com vários hematomas pelo corpo.

Por volta das 2h50 da madrugada, os organizadores da festa ligaram para a polícia informando a morte do rapaz. Segundo o tenente Jerry Adriano Martins de Abreu, ao chegar na boate, eles contaram que Pontelo foi abordado pelos seguranças com ecstasy e papelotes de substância semelhante à cocaína. “Os funcionários afirmam que a vítima ficou muito exaltada e que teve um mal súbito. Paramédicos que estavam no local teriam tentado reanimá-lo por mais de uma hora, entretanto, o rapaz não resistiu e faleceu no local por volta das 2h50”, contou o militar.

Ainda conforme o militar, um amigo da vítima afirmou que logo após Pontelo ter sido abordado no banheiro, os seguranças o levaram para um local isolado. “O amigo disse que não conseguiu ver o que aconteceu com Pontelo depois. Ao procurar o amigo, ele o encontrou recebendo massagem cardíaca e que, ao se aproximar, ele já estava morto”, completou o tenente.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a perícia foram até a boate. Pontelo apresentava vários arranhões pelo corpo e lesões nos dedos dos pés. A corrente que ele estava no pescoço apresentava marcas de sangue e a blusa dele estava rasgada. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) da capital. No carro da vítima, um HB20 F, foram achados apenas um pote de whey protein e de glutamina. Já os vigias afirmam ter encontrado no bolso do rapaz 68 comprimidos de ecstacy e dois papelotes de cocaína.

O boletim de ocorrência está sendo registrado como lesão corporal, seguida de morte. O tenente que conduz o caso explicou que a causa da morte somente poderá ser confirmada após uma autópsia. O laudo deve sair em 30 dias.

Allan Guimarães Pontelo tinha 25 anos (Divulgação)

“Seguranças bateram nele até a morte”, diz namorada

A namorada de Allan Pontelo acusa seguranças da boate Hangar 677 de terem lhe agredido até a morte. Em vídeo divulgado nas redes sociais, ela diz que três seguranças bateram no jovem e os acusa de tentarem criar versão diferente para o caso. Confira a gravação:



“Foi assassinato”, diz pai de Pontelo

O pai do fisiculturista Allan Pontelo acusa os seguranças do local de terem matado seu filho. “Isso foi um assassinato, como que seguranças, que deveriam proteger pessoas, matam um jovem forte. Meu filho ia formar no ano que vem em Educação física, tinha planos de casar. Eu vou fazer de tudo para que os responsáveis por esse crime sejam punidos, sejam presos”, disse o pai do jovem, Dênio Pontelo, 45.

O pai da vítima afirmou ainda que o filho não usa drogas e que nada foi encontrado pela polícia. “Essa droga que os seguranças dizem que acharam com ela foi plantada pra manchar a imagem do meu filho. Tanto que a polícia não achou nada no carro dele, nem nenhum vestígio de droga no corpo dele. Tá muito difícil, parece que tem um moedor de carne no meu coração. Perdi metade de mim”, afirmou o pai.

Casos de agressão

Pouco mais de um ano após a casa de shows completar um ano de existência, vários são os casos de agressões ocorridas no Hangar 677. Segundo o delegado Flávio Grossi, titular da 4ª Delegacia de Polícia Civil do Barreiro, pelo menos cinco agressões tiveram algum tipo de ligação com o estabelecimento no período de um mês e meio, no ano passado.

No dia 2 de novembro do ano passado, um estudante de direito de 22 anos foi agredido com uma barra de ferro dentro do local. Dois meses antes, o estudante de medicina Henrique Papini, 22, foi espancado a cerca de 500 metros da casa. “Em todos os casos, os envolvidos estavam dentro da boate, na saída ou na entrada”, detalhou Grossi.

Os representantes da Boate Hangar 677 ainda não se pronunciaram sobre a morte do jovem Allan Guimarães Pontelo.

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(Fonte: O Tempo)

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