Político mineiro sugere comer cachorros para controlar proliferação nas ruas

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A ideia de solicitar um “castramóvel” para em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, é quase uma unanimidade. A proposta, que tem a intenção de controlar a quantidade de cães, principalmente os abandonados nas ruas, tem aprovação de grande parte da população e de alguns políticos da cidade.

Contudo, a alternativa proposta pelo vereador Wellington Arantes (PSB), causou uma polêmica: “tem que fazer igual lá no ‘Japão’, é comer esses cachorros e acabar com isso”, declarou Batuta, como é conhecido, durante um debate na última terça-feira.

O requerimento para levar o “castramóvel” até a cidade foi feito pelo vereador Gilson Humberto (PP), e acabou aprovado por 13 votos a 2. Mesmo assim, a discussão sobre a frase do vereador ainda é tema de debates na Câmara Municipal, e até um processo por quebra de decoro parlamentar foi cogitado.

“O plenário da Câmara é um espaço de discussão, é um local para a manifestação da opinião. E o que vimos foi ele expressar a opinião dele. Ele já se retratou. Já pediu desculpas. Não vejo necessidade de processo algum”, opinou o presidente da Casa, Odemes Braz (PSDB).

Desculpas

Após a declaração do vereador, alguns moradores e representantes de entidades de defesa dos animais reagiram. “Ele (Batuta), como uma pessoa eleita pelo povo, mesmo que tenha suas razões, precisa ter cuidado com todos os problemas de Ituiutaba. Para mim, foi uma forma esdrúxula de ele se esquivar de uma responsabilidade que também é dele”, comentou a podóloga Mariana dos Reis França, de 48 anos.

Para a Sociedade Protetora dos Animais de Ituiutaba (SPAI), a esterilização de cães é uma necessidade urgente e deve ser tratada com o máximo respeito pelo vereador. “A SPAI, desde sua fundação, expressa a necessidade e urgência com relação à esterilização animal. Esse não é assunto para zombaria. Aliás, frise-se, como legislador, o senhor vereador deveria ensinar o respeito às leis deste país, Estado e município – afinal, a fauna e flora são protegidos pelo ordenamento jurídico”, ponderou a Mariana Cunha Santana, presidente da entidade.

Com a repercussão, o vereador preferiu explicar que, na verdade, nunca foi contra a castração de animais. Ele afirmou ter sido “infeliz” no comentário feito durante a sessão plenária. “Publicamente, estou aproveitando este espaço para pedir desculpas ao público por ter falado daquele jeito. Isso de comer cachorro nunca vai existir. Acabei falando da boca para fora”, desculpou-se.

O parlamentar também argumentou que a opinião foi dada por acreditar que a cidade tem áreas mais prioritárias para cuidar. “Foi uma infantilidade, uma bobeira. Eu quis dizer que a prioridade no momento é a saúde”, afirmou.

Prática resiste na Ásia

Além de polêmica, a declaração do vereador está equivocada. O Japão, assim como a maioria dos países asiáticos, não admite o consumo de carne de cães e gatos. Atualmente, o consumo acontece em pelo menos sete países do mundo, a maioria deles na Ásia, mas a prática tem perdido adeptos, principalmente devido a protestos de defensores dos direitos animais.

O maior consumidor é a China, onde até festivais de carne canina acontecem anualmente. Outros países em que a carne é bastante apreciada são Vietnã, Coreia do Sul, Filipinas, Taiwan e Suíça.

No Brasil, o consumo não é proibido. Mas, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é necessária uma autorização especial para a criação de animais com o fim de abate.

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(Fonte: O Tempo / Repórter: Bruno Inácio)

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