A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) estuda os benefícios do sorgo na nutrição animal há 17 anos e as pesquisas mostraram que ele pode ser substituído por milho na alimentação de suínos e aves. O grão está entre os mais produzidos no mundo, mas ainda é pouco conhecido no Brasil.
Os custos para plantio do sorgo são inferiores ao do cultivo do milho, mas mesmo assim os produtores ficam receosos, por causa do pigmento acinzentado do grão. O professor Evandro de Abreu Fernandes coordena os estudos sobre o assunto na Faculdade de Medicina Veterinária (Famev). Ele contou que, após os levantamentos mostrarem as vantagens do produto, produtores do Triângulo Mineiro estão apostando em uma alternativa para a safrinha.
“A primeira pesquisa que eu fiz com os alunos foi a substituição do milho pelo sorgo na ração, começando parcialmente, com 30%, 60%, 80% e até 100%. Aí eu mostrava, através desses trabalhos, que não tinha nenhuma interferência negativa de desempenho zootécnico. O milho é um produto caro. Nutricionalmente não tem diferença, somente na coloração, o que não é um problema, porque nós temos recursos para colorir a gema (do ovo) e a pele do frango, sem comprometer a qualidade e ganhando em termo de custo final do produto”, explicou.
Os estudantes da instituição ja desenvolveram dezenas de dissertações de mestrado e Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) sobre o tema e são justamente esses trabalhos que ajudaram a quebrar alguns paradigmas na área de nutrição animal.
“Quando entrei na UFU encontrei alguns galpões desativados na fazenda do Glória e decidi revitalizar o local montando 80 boxes para aves. Como eu já vinha numa experiência de pesquisa e já trabalhava como nutricionista de aves, consegui com a iniciativa privada um recurso com o qual compramos os canos e as telas. Eu, junto com os alunos começamos a montar os boxes que estão aí até hoje e, em 2000, comecei a fazer pesquisa com o sorgo”, disse Fernandes.
Universidade estuda benefícios do sorgo (Foto: Sérgio Sabará/Reprodução G1)
Pesquisa
Os estudos também mostraram que utilizar o grão de sorgo inteiro para alimentar aves gera uma economia no processo, já que o processo de moer grão é o que mais gasta energia em uma fábrica de ração, por exemplo.
“Outra questão levantada era a possibilidade de que, ao utilizar o sorgo na ração, também era preciso ter mais óleo e, com isso, a ave ficaria mais gorda. Analisamos o rendimento de carcaça dos animais para ver a composição de gordura e surgiu outro fato interessante: a carcaça era menos gorda do que quando criava a ave com milho” concluiu.
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(Fonte: G1 Triângulo Mineiro)