O PIB de base animal no segmento de insumos em Minas Gerais, até outubro de 2016, representou R$ 6,5 bilhões. Dados analisados pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) a partir de estudos realizados pelo Cepea/USP/IBGE, apontam que desse total, 67% ou R$ 4,33 bilhões, foi representado pelo segmento de alimentação animal; 12,5% ou R$ 812,5 milhões, pelos combustíveis e lubrificantes e, finalmente, 20,5% ou R$ 1,33 bilhão, pelo segmento de adubos, fertilizantes e corretivos do solo.
Tendo em vista a bovinocultura como a mais expressiva componente do PIB de base animal do estado, respondendo por R$ 41,6 bilhões, as pastagens assumem uma posição estratégica para o sucesso da atividade, considerando-as um de seus principais fatores de produção e ocupando mais de 30% da cobertura vegetal do estado.
No entanto, cerca de 75% da área de pastagem do estado apresenta grau de degradação de moderado a alto. Tal condição leva ao comprometimento da eficiência produtiva da atividade, reduzindo, por exemplo, a taxa de lotação das pastagens (unidade animal/hectare).
Considerando a importância das pastagens tanto para a produção de bovinos quanto para a sustentabilidade ambiental, os dados sugerem mais investimentos pelos próprios produtores no uso de adubos, fertilizantes e corretivos do solo, fazendo das pastagens e forrageiras a fonte prioritária de alimentação para os bovinos, tendo as rações concentradas como fonte complementar de alimentação do rebanho.
Uma das tecnologias mais apropriadas ao processo de recuperação de pastagens é a de integração lavoura e pecuária – ILP, na qual é feito o plantio consorciado do capim com a cultura agrícola, sendo o milho e o sorgo as culturas mais utilizadas.
A partir da análise de solo é feita a aplicação de corretivos e, por ocasião do plantio consorciado, a aplicação de fertilizantes necessários. O milho ou o sorgo é colhido para silagem deixando o capim se estabelecer como pastagem com o aproveitamento de todo o corretivo e fertilizante utilizado.
De acordo com o assessor técnico da Secretaria de Agricultura, Feliciano Nogueira de Oliveira, “essa é uma das tecnologias preconizadas pelo próprio Plano ABC – agricultura de baixo carbono, que possibilitam maior infiltração de água e retenção de umidade no solo, aumento do sequestro de carbono da atmosfera pela pastagem recuperada e, por via de consequência, maior oferta de alimento volumoso de boa qualidade para o rebanho.”
Com o propósito de expandir a adoção dessa prática em todo o estado, o Programa Minas Pecuária, coordenado pela Seapa, estabelece em sua diretriz temática de boas práticas de produção a implementação da tecnologia de integração lavoura e pecuária nas áreas de pastagem degradada.
Segundo o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Pedro Leitão, “essa estratégia irá contribuir para a maior sustentabilidade da própria atividade, a melhoria das condições ambientais com redução das áreas de pastagem e de solos degradados, maior retenção de água nos solos e maior disponibilidade de grãos, particularmente o milho e a soja como principais componentes das rações para atender o próprio consumo humano e outras culturas animais como suínos e aves, também importantes fontes de proteína animal para a população.”
Recuperação das pastagens e do solo incrementa bovinocultura em Minas (Divulgação/Seapa)
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(Fonte: Agência Minas)