Dentro da programação do Natal Minas Gerais 2016 do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e Circuito Liberdade, cerca de 200 integrantes de grupos de Folias de Reis se reúnem para uma grande festa de celebração da cultura popular mineira, com música e dança, no dia 6 de janeiro.
A concentração, na data em que se comemora o Dia de Reis, será no Museu Mineiro, a partir das 18h. Em seguida, o cortejo sairá em visita aos espaços do Circuito Liberdade que participam do Circuito de Presépios e Lapinhas. A data marca também a reunião do Conselho Estadual de Patrimônio de Minas Gerais (Conep), ocasião na qual irá analisar o dossiê de registro das Folias de Minas e deliberar sobre o seu reconhecimento como Patrimônio Imaterial do Estado.
O Iepha-MG apresentará ao Conep os resultados de um ano de pesquisas, que revelaram mais de 50 tipos de devoção e uma grande diversidade de folias em Minas Gerias. Toda a documentação está sendo finalizada e irá para a avaliação dos membros do conselho, formado por 20 integrantes da sociedade civil e de instituições públicas.
A realização do Circuito de Presépios e Lapinhas neste Natal se constitui como uma ação de salvaguarda das Folias de Minas. Para fortalecer a iniciativa, além dos espaços culturais do Circuito Liberdade, cerca de 250 presépios – residenciais e comunitários – foram montados para visitação em cerca de 150 cidades mineiras.
Três séculos de Folias de Minas
As folias possuem mais de três séculos de prática e forte representatividade na religiosidade e cultura mineira. Em geral, são organizadas por um grupo de devotos, saindo na chamada jornada ou giro, que passa pelas casas da comunidade, cantando e festejando para o santo de devoção do grupo.
Estas manifestações culturais acontecem em todo o território mineiro e se revelam de diferentes formas e com várias nomeações. Chamadas também de terno, charola e companhia, os grupos se organizam para homenagear diversos santos, e não apenas os Reis Magos, como acontece nas Folias de Reis.
O processo de reconhecer uma manifestação tão significativa em um patrimônio imaterial é de extrema importância. Quando um bem é reconhecido, além de ganhar visibilidade, tornando-se mais conhecido, faz om que o poder público torne-se responsável pelo estabelecimento de medidas de salvaguarda, capazes de incentivar a perpetuação da manifestação cultural.
A expectativa é que, depois do reconhecimento, o diálogo com os grupos seja ampliado, criando um canal de comunicação para trocas de ideias permanentes.
O fundador da Folia de Santos Reis da Paróquia São João Evangelista de Belo Horizonte, João Ferreira Lopes – mais conhecido como João da Folia – fala com orgulho sobre a importância dessa tradição. “Quando eu fundei o grupo, há 25 anos, nós não tínhamos nada, nem roupas nem instrumentos. Mas crescemos e hoje fazemos um trabalho mais rico. A nossa folia é daquela bem tradicional e, enquanto eu estiver vivo, vamos continuar realizando o cortejo”, diz ele, que aos 66 anos mantém toda a disposição para a folia.
João da Folia destaca ainda a importância da reunião de diversos grupos, como a que vai acontecer na Praça da Liberdade no dia 6 de janeiro. “É legal já que cada folia tem suas diferenças, é bom, porque assim, o povo pode conhecer mais essa cultura”, diz.
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O cortejo sairá em visita aos espaços do Circuito Liberdade (Iepha-MG/Divulgação)
(Agência Minas)