A Operação Embuste, realizada pela Polícia Federal (PF) no último domingo, segundo dia de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2016, que desarticulou um esquema que tinha como objetivo fraudar o concurso, também pediu a condução de quatro pessoas, entre elas, o professor Ciro Adriano de Oliveira. Os outros pedidos foram para a condução de Elicarlos Pereira Veloso, o Teca; Felipe Allan Araujo Nunes; e João Gilberto dos Reis Filhos, suspeitos de participarem do esquema. Porém, a Justiça Federal indeferiu o pedido.
O bloqueio dos bens dos principais envolvidos no esquema, Rodrigo Ferreira Viana, Aurimar Rodrigues Froes, Jonathan Galdino dos Santos, Arnon Kelson da Silva e Santos e Jonathas Caires Silva, no valor de R$ 500 mil, foi pedido pelo juiz Marco Fratezzi Gonçalves, da 3ª Vara Federal de Montes Claros. Os quatro primeiros tiveram decretada prisão temporária de cinco dias, e o último foi conduzido coercitivamente.
Além deles, foram presos em flagrante o professor Olavo Martins Ponciano e os estudantes Pablo Fernandes de Oliveira e Késsia Rayane Mesquita Pimenta, o primeiro fazendo a prova para outro candidato, e os dois últimos recebendo o resultado da prova pelo ponto eletrônico. As candidatas Sofia Azevedo Macedo e um menor de idade foram detidos em Belo Horizonte, quando faziam as provas.
Entenda
A Polícia Federal iniciou as escutas telefônicas, com ordem judicial, há mais de 15 dias, a partir do movimento de pessoas envolvidas no esquema. A investigação deixou claro que o preço do curso de medicina oscilava entre R$ 70 mil, valor ofertado ao estudante Paulo Fernandes em Montes Claros, e 180 mil. Para o vestibular de uma faculdade em Vitória da Conquista, o esquema cobrou R$ 110 mil pela vaga e na cidade de Mineiros, em Goiás, R$ 180 mil.
Na sua decisão, o juiz Marco Fratezzi Gonçalves, da 3ª Vara Federal de Montes Claros, cita que na representação policial, é informado que os líderes do esquema recebiam a ajuda de pessoas especializadas nas áreas de conhecimento exploradas na prova. Eles se passavam por candidatos e, depois de fazerem as provas, saíam do local para passar o gabarito, que era difundido por meio de ponto eletrônico. As investigações também indicaram que Rodrigo seria o comandante do esquema, e que Aurimar era responsável por captar os alunos interessados, enquanto Jonathan repassava o gabarito.
Fantástico
Uma reportagem especial do programa Fantástico, exibida na noite deste domingo (6) pela TV Globo, mostra detalhes da atuação da quadrilha. Confira no player abaixo:.
(Com informações do site WebTerra)