Polícia Civil de Pedra Azul detém três envolvidos em homicídio durante comemoração política

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Um adolescente de 16 anos foi assassinado na madrugada deste sábado, 8 de outubro de 2016, durante um evento festivo realizado para comemorar a vitória da candidata eleita à prefeita do município de Pedra Azul, no Vale do Jequitinhonha. Thiago Santos de Oliveira foi alvejado por disparos de arma de fogo. Em ação rápida, a Polícia Civil, em parceria com a Polícia Militar (PM), prendeu um homem e apreendeu dois menores, suspeitos de envolvimento no crime.

Após o cometimento do delito, a Polícia Civil, através da perícia técnica, dos investigadores e da Delegada Regional Maria Aparecida Motta Martins, empreendeu diligências para apuração da autoria do crime. Com sucesso, conseguiram, juntamente com a Polícia Militar, prender em flagrante delito Alef Leal Gomes e apreender os adolescentes M.S.A e J.S.D. Entretanto, apenas uma das armas utilizadas pelos envolvidos foi encontrada.

A Delegada de Polícia Civil Ana Carolina Santana, dando continuidade às diligências, com a ajuda do perito Eduardo, do investigador André e do escrivão Manoel Lintom, conseguiu localizar a segunda arma utilizada para prática do crime, um revólver calibre .38 dispensado num matagal próximo ao córrego onde os adolescentes foram apreendidos.

Envolvidos no crime foram detidos (Foto: Divulgação/Polícia Civil de Pedra Azul)

O crime chocou toda a cidade. A Polícia Civil informou que o adolescente, vítima do homicídio, era autor reiterado de atos infracionais e que a motivação foi a disputa entre grupos rivais de diferentes bairros que brigam por pontos de tráfico de drogas na cidade.

A Delegada Ana Carolina lamentou o fato de algumas pessoas estarem denegrindo a imagem da Instituição por motivo político: “Não há qualquer conotação política na prática do delito, infelizmente ocorreu num dia que era para ser festivo. Entretanto a motivação é a disputa entre os grupos de bairros rivais”, e acrescentou: “É lamentável saber que algumas pessoas tem se utilizado do discurso puramente politiqueiro para atacar policiais civis. Precisamos entender que todo cidadão tem seu direito ao voto assegurado, e o policial civil também é cidadão. Se alguém tiver alguma reclamação de policiais civis que se utilizaram da função para coagir, ou de qualquer forma intimidar, algum eleitor, aconselho que seja feita representação na corregedoria da Instituição para que os fatos sejam devidamente apurados.”

Quanto aos ataques, proferidos nas redes sociais, relacionados à atuação da Polícia Civil na cidade a Delegada se defendeu: “Percebo que o discurso denegrindo a imagem da Instituição, além de possuir pouquíssimos adeptos, não se sustenta com argumentos, apenas com palavras ofensivas e deselegantes. Nossa Constituição é muito cristalina quando delimita as atribuições das Polícias (Federal, Civil, Militar, Rodoviária), cabe a nós, enquanto Polícia Judiciária, agir após o cometimento do crime, apurando autoria e materialidade para colher elementos probatórios aptos a embasar uma denúncia sólida e consistente. Hoje, mais uma vez, a Polícia Civil cumpriu com excelência o seu papel, agiu após o cometimento do delito, apurou autoria e materialidade de modo que ainda se tornou possível a caracterização do estado de flagrante delito.” E desabafou: “Eu tenho muito orgulho de fazer parte da equipe da Delegacia Regional de Pedra Azul, como toda e qualquer instituição temos nossas falhas, mas o trabalho desenvolvido pelos policiais dessa Regional vai além das atribuições constitucionalmente delimitadas, percebo o empenho e dedicação de cada um deles, isso é facilmente aferido nos resultados das apurações de delitos, mesmo com um quadro de pessoal tão reduzido. Comentários como os que foram dirigidos a nós, por algumas poucas pessoas, não vão macular a imagem da Instituição porque temos excelentes serviços prestados para população de Pedra Azul. Entretanto, providências legais serão tomadas porque, de fato, ofendeu a honra objetiva e subjetiva de muitos policiais.”

Os ataques aos policiais civis foram compartilhados em grupos de WhatsApp, dentre eles alguns como “a P@%%# da Polícia Civil não faz nada”; “só vão fazer alguma coisa se for com um filho deles”; “esses filhos da P*&@”. A Delegada explicou que os policiais ofendidos podem acionar a justiça através de queixa-crime comunicando as ofensas e requerendo as providências cabíveis. Como também, quem se sentir ofendido moralmente, pode pleitear indenização, na seara cível, pelo dano suportado.

Apesar de o foco ter mudado, ficou claro que a Polícia Civil mesmo sendo injustamente atacada, realizou seu trabalho e elucidou o crime, prendeu os envolvidos e já encaminhou o procedimento para que o Poder Judiciário decida o futuro dos autores.

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